Enviada em: 13/10/2017

No limiar do século XXI, a obsolescência programada se tornou um dos principais problemas que o Brasil foi convidado a administrar, nesse contexto dois aspectos fazem-se relevantes: a redução intencional da durabilidade dos produtos e a agressão que essa produção causa ao meio ambiente. Diante da gravidade dessa questão urge a mobilização do Estado juntamente com a sociedade para seu efetivo combate.    Com efeito, após a Revolução Industrial a burguesia elevou seu poder econômico de forma surpreendente, pois passou a utilizar do processo de mais-valia para obtenção de seu lucro. Neste sentido, quanto maior a relação de trabalho e venda do produto final, maior também é o enriquecimento dos empresários. Por isso, a quantidade de materiais comercializados se tornou mais importante que a qualidade dos mesmos. Consequentemente, as grandes empresas passaram a programar a vida-útil de seus produtos, reduzindo-as, para que a clientela volte as lojas, adquira novas mercadorias e permaneçam nesse ciclo.    Ademais, sabe-se que o consumismo exagerado causa sérios danos ao meio ambiente. Uma vez que, as indústrias retiram sua matéria prima da própria natureza, muitas vezes de recursos não renováveis e inserem elementos tóxicos nos produtos, além de liberarem ar contaminado à atmosfera e distribuírem o produto à população que em pouco tempo devolverá o instrumento ao ambiente na forma de lixo, prejudicando ainda solos e rios, o que afeta a diversidade vegetal e animal. Tudo isso ocorre em nome do capitalismo que impulsiona o descarte acelerado de mercadorias para o aumento do fluxo de capital.    Portanto, apesar dos benefícios que a tecnologia proporciona, o cenário apresentado precisa ser revertido. Sendo assim, é necessário que o Estado crie uma empresa que priorize a valorização do meio ambiente e analise todas mercadorias produzidas pelo país ou importadas por ele, para uma avaliação da vida-útil do produto, que deverá obter uma avaliação acima da média para ser aceito no comércio. Além disso, é importante a propagação de idéias anti-consumistas, por meio de palestras em escolas e locais públicos, com campanhas dinâmicas, utilizando meios sinestésicos, auditivos e visuais que demonstrem os efeitos irreversíveis causados à natureza, não só pelos produtores, mas por cada um daqueles que compram e recompram as mercadorias sucessivamente. Eventualmente, com a conscientização da população e o apoio de firmas estatais, o Brasil poderá dar mais um passo rumo a ordem e ao progresso.