Enviada em: 13/10/2017

É indiscutível os perigos da obsolescência programada. Isso vem se mostrando não apenas pela ressignificação do consumo no mundo moderno, mas, sobretudo, pela tênue linha entre produção de bens e degradação ambiental.     Desde o século XVIII, com o início da primeira revolução industrial, podemos perceber profundas transformações, não apenas no modo de produzir, mas, principalmente, em relação ao consumo. Nesse cenário, a facilidade para produzir contribuiu para modificar o significado do produto na sociedade, uma vez que passou a representar não apenas status, mas também a concretização de fetiches. Nesse âmbito, parafraseando o pensamento de Karl Marx, existe no mundo moderno uma intensa alienação, ou seja, as pessoas buscam o consumo como forma de realização pessoal.      Em segunda análise, é importante ressaltar a fragilidade nas relações ente indústria e o meio ambiente, pois conforme Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas interações entre os indivíduos é uma característica da sociedade liquida. Nesse sentido, é possível entender que a busca desenfreada por bens, aliada a exploração constante das reservas naturais, reflete não só o controle das propagandas sobre a consciência social, mas também a insustentabilidade de tal modelo.      Torna-se nítido, portanto, que os perigos da obsolescência são graves e exigem soluções imediatas. Ao Poder Jurídico, cabe fazer valer as leis já existentes, fruto de inúmeras manifestações democráticas. A mídia, quarto poder, deve propagar informações, mostrando como identificar e prevenir a obsolescência. A escola, Instituição formado de valores, deve realizar palestras ao pais e alunos para que possam discutir e refletir a questão de forma clara e eficaz. Dessa forma, poderemos diminuir o consumo desnecessário, ainda tão cristalizado na sociedade.