Enviada em: 21/10/2017

Com o desenvolvimento do modo de produção Toyotista, em meados do século XX, a maneira com que a produção dos bens de consumo foi concebida mudou muito. Dessa forma, a concepção dos produtos passou a ser regida pelo "Just in Time", que consiste na produção apenas de produtos já vendidos. Contudo, para otimizar o acumulo de capitais, neste modo operante industrial, foi necessário a redução da vida útil de cada produto feito, assim, isso contribuiu não só para gerar mais riqueza aos donos dos meios de produção, como também para causar diversos desequilíbrios sociais.    Atualmente, a possibilidade de sempre ter um produto a ser adquirido está causando muitos prejuízos aos diversos setores social, como a destruição das capacidades dos consumidores de discernir o que é vital ou supérfluo para a suas vidas. Segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito, 40,2 porcento da população consumidora ativa adquirem novos produtos, não pela necessidade, mas sim pela diminuição do estresse e também pela necessidade psíquica que os constantes lançamentos de produtos exercem sobre o poder de compra dos mesmos.    Supracitado alguns dos fatores que envolvem a questão da diminuição da vida útil dos produtos nos tempos modernos, vale ainda frisar, os impactos negativos que isso causa ao meio ambiente. O descarte inadequado de produtos não biodegradáveis, como componentes de baterias e chips de produtos eletrônicos, provocam grandes prejuízos ao solo e até mesmo aos lençóis freáticos das regiões onde o depósito é realizado. Isso ocorre, pois nas camadas mais externas do solo ocorre grande deposição de metais, fato que destrói a capacidade produtiva do terreno. Já os lençóis freáticos são profundamente poluídos pelo chorume, um líquido tóxico proveniente da água de chuvas que escorrem por ambientes que contém matéria não degradável e biodegradável.    Schopenhauer, filósofo alemão do século XIX, inferiu que o ser humano só se detém em coisas que possuem relações com sua vontade, portanto, os governantes brasileiros deveriam se debruçar sobre as questões da obsolescência dos bens de consumo. Desta forma, o governo federal deveria prover subsídios para a realização de palestras públicas educativas para a população consumidora, na finalidade de instruí-la a ser mais racional na decisão de compra de algum produto. concomitantemente, as prefeituras de cada município do país deveriam dar incentivos fiscais para pessoas do setor privado que se dispusessem a construir postos de coleta de materiais eletrônicos, fazendo-se isso, reduzir-se-ia o descarte inadequado desses materiais e ainda respeitaria-se a lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que vigora desde 2010.