Enviada em: 20/03/2018

A prática da obsolescência programada é consequência de uma importante característica do sistema econômico vigente: a busca incessante pelo lucro. Nesse contexto, dois aspectos fazem-se relevantes: a insustentabilidade da prática e seu papel na intensificação do consumismo.       No cenário hodierno, o processo de acúmulo de capital leva muitas empresas a criarem produtos com uma vida útil extremamente reduzida, obrigando consumidores a trocá-los com frequência. No entanto, tal conduta é insustentável, uma vez que, para que exista a superprodução necessária para mantê-la, são ultraexplorados recursos finitos, tais como água, minérios e petróleo, acarretando graves danos ao meio ambiente. Não obstante, a obsolescência programada gera toneladas de resíduos e lixo, que são, muitas vezes, descartados de maneira incorreta, ocasionando ainda mais problemas ambientais e levando a prejuízos para a saúde humana.       Além disso, a obsolescência programada e o consumismo exacerbado, característico das sociedades contemporâneas, estão intrinsecamente ligados. Para que os produtos sejam vendidos, as empresas investem fortemente em propaganda, com objetivo de despertar nas pessoas o desejo e atrelar à mercadoria um valor irreal, o que, segundo Marx, configura o Fetichismo do produto. Dessa forma, a mercadoria, mesmo tornando-se obsoleta em um curto período de tempo, continua sendo comprada, perpetuando-se, assim, o consumismo e suas consequências.       Em vista do exposto, tornam-se necessárias medidas que visem frear os efeitos da obsolescência programada sobre o consumo e meio ambiente. Em tal contexto, o Governo Federal deve, com o apoio de emissoras de canal aberto, criar propagandas que informem a população sobre a estrutura nociva que sustenta essa prática, além de seus impactos, incentivando um consumo consciente e fazendo da educação um mecanismo contra os perigos da obsolescência programada.