Enviada em: 10/06/2019

Criado por Alan Turing no contexto da Segunda Guerra Mundial, o computador representou uma revolução no modo como as pessoas se comunicam. Naquela época, o matemático britânico visava idealizar uma máquina inteligente que pudesse decifrar mensagens das tropas alemãs e, dessa forma, contribuir para as estratégias militares dos ingleses. Desde então, esse dispositivo seguiu o fluxo da história, modernizou-se e atua hoje, inclusive, no âmbito educacional. Nesse sentido, no Brasil, a sociedade é instigada a debater sobre as perspectivas e desafios do ensino à distância no país. Assim, é lícito afirmar que a inação estatal para com a regulamentação dessa modalidade de ensino, além do inexistente convívio universitário entre os estudantes, são problemáticas relevantes para o debate.       Em primeiro plano, evidencia-se a inobservância governamental no que se refere à criação de leis que possam traçar regras claras na uniformização do ensino à distância. Essa lógica é demonstrada nas diferentes dinâmicas educacionais oferecidas pelas instituições de ensino (IEs) que fornecem aulas virtuais. Ou seja, sem uma legislação específica e clara sobre os critérios de seleção, avaliação e formação de alunos que utilizam esse tipo de serviço, as IEs adotam critérios subjetivos e muitas vezes questionáveis, como o ingresso à faculdade sem realização de prova de vestibular, por exemplo. Logo, é substancial a alteração desse quadro que, hodiernamente, pode formar profissionais com baixa capacidade técnica e sem as habilidades exigidas pelo mercado de trabalho.       Outrossim, é imperativo pontuar que a troca de experiências entre os estudantes universitários, tão importante para estabelecer conexões e redes de contatos, é escassa na educação à distância. Nesse sentido, com interação presencial apenas em provas mensais ou aulas esporádicas, por exemplo, os alunos perdem, em parte, o sentido enriquecedor da educação superior: estar aberto a ouvir diferentes pontos de vista, realizar trabalhos em equipes, visitas técnicas, etc. Sob esse aspecto de importância do contato humano para o desenvolvimento interpessoal, Aristóteles diz: ''O homem é um ser social''. Nota-se, assim, que é essencial que os estudantes estejam em contato uns com os outros.       Infere-se, portanto, que, para ser melhorada, a educação à distância no Brasil deve receber a devida atenção do Estado. Posto isso, o Poder Legislativo, em parceria com o Ministério da Educação - diretório máximo do ensino no país - deve, por meio de lei complementar, determinar a necessidade de prova de ingresso, além de provas parciais e trabalho de conclusão de curso, para obtenção de diplomas de nível superior na modalidade á distância. Ademais, o Ministério da Educação, mediante lançamento de portaria, deve exigir o aumento do número obrigatório de aulas presenciais em cursos on-line, com o objetivo de aumentar a convivência e troca de experiências entre alunos e professores.