Enviada em: 03/07/2018

Durante o século XIX, o sociólogo Émile Durkheim disseminou pelo mundo o pensamento segundo o qual a sociedade funciona como um organismo, ou seja, todos os seus componentes deveriam viver em harmonia para que se fosse possível conquistar o bem-estar da coletividade. Entretanto, no Brasil, o ascendente número de brasileiros em situação de extrema pobreza vai de encontro a esse anseio, uma vez que restringe e desqualifica a vida de muitos. Desse modo, deve-se analisar o desordenado processo de urbanização no país, além do atual cenário econômico nacional.     A priori, a pobreza é uma situação social e econômica caracterizada por uma carência marcada na satisfação das necessidades básicas. Decerto, o crescimento sem planejamento das cidades corrobora a problemática. Em consonância com a obra "Urbanização Brasileira", o geógrafo Milton Santos referencia que essa expansão ocorreu, primordialmente, sob interesses corporativistas devoradores do patrimônio coletivo. Sendo assim, os migrantes que vieram para as cidades não tiveram a devida assistência, o que casou diversas mazelas sociais, como a pobreza. De acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2017, cerca de 26% da população brasileira vive na linha da pobreza, com renda mensal de 387.07 reais.     Ademais, é imprescindível ressaltar que, em um contexto de crise econômica, a pobreza no Brasil tende a aumentar, pois a consequência imediata é a retração do mercado. Certamente tal redução, causa o aprofundamento das demissões em massa por corte de gasto nas empresas. Indubitavelmente, esse cenário ocasiona, portanto a perda da fonte de renda de diversas famílias, que passam a não conseguir a própria subsistência e consequentemente a viver em situação de pobreza. Isso é notório, à medida em que o número de brasileiros que vivem em situação de extrema pobreza aumentou 11,2% de 2016 a 2017, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Dessa maneira, diversas pessoas, no Brasil, vivem de maneira análoga a obra "Retirantes", do artista Cândido Portinari, a qual retrata a situação degradante de extrema miséria dos sertanejos nordestinos.    Destarte, para sanar a ascendência da pobreza no Brasil, é necessário que o Ministério do Desenvolvimento Social, através da arrecadação de impostos, intensifique os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, Bolsa Verde, Fomento, entre outros. A fim de satisfazer as necessidades básicas que caracterizam a pobreza. Ademais, o Poder Público, deve fornecer incentivos fiscais, para estimular a atividade econômica, por meio de desconto, isenção, compensação e outros modelos que aliviam a carga tributária, com o intuito de evitar o grande número de demissões em massa nas empresas, para que as famílias brasileiras possam viver de forma digna e humana.