Enviada em: 01/06/2017

É difícil imaginar que um país detentor de um dos maiores potenciais energéticos e recursos naturais do mundo também seja aquele cuja maioria da população ganha menos de três salários mínimos, segundo dados do Datafolha. Entretanto, analisando a história do Brasil, percebe-se claramente as razões para isso: uma sistemática exclusão das camadas mais pobres das políticas públicas, bem como a aliança, deste tempos remotos, entre os detentores do capital financeiro e a alta administração pública.        A pobreza é justificada, quando em mais de quinhentos anos de história pós-descobrimento, menos da metade foi de um Brasil independente. E nos anos após a independência, apenas no período imediatamente anterior e posterior à ditadura que houve realmente democracia. Com o agravante, que apenas em 1988 promulgou-se uma constituição que garantiria os direitos sociais e olhasse para as diferenças regionais. Embora precariamente cumpridos nos dias atuais, é importante chamar atenção para o fato de que a restrição de direitos sociais e políticos, o privilégio de classes e o uso da força para manutenção do poder estiveram presentes como diretrizes da máquina estatal em grande parte da história nacional, sempre que possível, cortando as raízes da democracia, que é o meio pelo qual a sociedade detem a oportunidade de ascender socialmente e participar efetivamente das decisões políticas do país. E embora tenha respirado democracia nas quatro últimas décadas e alcançado importantes conquistas sociais recentemente, o Brasil ainda engatinha para transformar seus índices sociais, visto que, os artifícios políticos de concentração de poder e favorecimento do capital adaptaram-se aos tempos democráticos. Um bom exemplo disso, são os esquemas de corrupção descobertos pela operação lava-jato recentemente, onde grande parte da classe política se envolveu em propinas, formação de quadrilha e utilização de caixa dois com dinheiro de duas das empresas mais poderosas do país: Odebrecht e JBS Friboi. Prejudicando, dessa maneira, investimento na geração de empregos e diminuição da desigualdade.        Dessa maneira, é necessário adotar medidas para reverter tão urgente cenário. O povo, principal agente da democracia, deve se mobilizar. Ocupar as principais avenidas do país exigindo maiores investimentos nas áreas sociais e maior transparência do estado. Exigindo a punição dos envolvidos na lava-jato, pois esses retiram importantes recursos do país, que ajudariam a torná-lo menos desigual e com mais oportunidades.