Enviada em: 26/10/2017

Darcy Ribeiro, antropólogo brasileiro, define a educação enquanto ferramenta primordial para obter-se justiça social. Tal princípio dialoga justamente com a pobreza e desigualdade de renda, questão alarmante dentro do território nacional. Desse modo, visto a defasagem escolar e indiferença social, percebe-se no Brasil entraves estruturais que precisam ser repensados.      Primeiramente, deve-se pontuar os déficits inerentes ao sistema público de educação. Nesse sentido, a proposta de Darcy Ribeiro é, muitas vezes, distorcida em virtude do sucateamento por parte do Governo de direitos sociais, sobretudo relacionado a educação. Dessa forma, quando o Estado, em muitos casos, tanto não fornece infraestrutura básico aos colégios públicos- tais quais condições de trabalho aos professores e material aos estudantes-, quanto não promove um acesso uniforme, havendo muitas áreas carentes e interioranas sem liceus próximos, desarticula a possibilidade de ascensão social e alteração de realidade para muitos brasileiros,logo, perpetuando a pobreza, fazendo-se necessária uma mudança de paradigma.       Ademais, é preciso ressaltar a indiferença social perante os estratos mais excluídos da população. Hannah Arendt,filósofa alemã, define " banalidade do mal" enquanto a normatização das desigualdades e violência mediante a omissão individual. Esse conceito é evidenciado dentro da sociedade brasileira quando, muitas vezes, a ocorrência de problemáticas tais quais a fome, moradores de rua e a segregação inerente as favelas são enxergadas  como "naturais", ao invés de serem consideradas pautas de revolta e comoção coletiva. Dessa maneira, a falta de empatia é , em larga escala, fator preponderante para não só para pouca cobrança ao Governo por melhorias, mas também o déficit de iniciativas do próprio corpo social a fim de assistir a situação de carência constante enfrentadas por indivíduos excluídos socioeconomicamente.      A nação, portanto, vive um quadro crítico que precisa ser revertido. Logo, é essencial que o Ministério da Educação, junto aos municípios, realize reformas curriculares e administrativas dentro das escolas. Tal ação pode ser feita por meio do aprimoramento do ensino público- dando melhor infraestrutura para a ação dos professores e estudo aos alunos-, expansão de colégios a áreas carentes além da promoção de aulas e palestras, com especialistas, que visem conscientizar sobre a pobreza e colocar em pauta a necessidade de atuação social para erradica-la. Desse modo, no intuito de promover maiores ferramentas de alteração de realidade para classes mais baixas e estimular o sentimento de empatia nos demais estratos da sociedade, assim, criando uma união entre Estado e corpo civil o qual objetive minimizar esse contexto de desigualdade sofrido por muitos brasileiros.