Enviada em: 12/04/2018

De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um corpo biológico por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre si. Desse modo, para que a sociedade, assim como um organismo biológico, seja igualitária e coesa é necessário que todos os direitos cidadãos sejam garantidos. Contudo, em contramão ao que se afirma no artigo 1º da Constituição Federal de 1988, a estratificação econômica ainda é um obstáculo a ser vencido, uma vez que a pobreza ainda se faz presente no corpo social brasileiro.        Em todo o mundo, metrópoles avançam na qualidade de vida de sua população, mas desafios e problemas como as desigualdades sociais e econômicas ainda persistem. De acordo com o artigo 5º da Constituição Federal, o Estado Democrático de Direito tem como fundamento erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. No entanto, na modernidade, com o advento do capitalismo, o mundo começou a viver um tipo muito específico de estratificação, chamada de estratificação econômica, que representa a produção de hierarquia entre pessoas e grupos dentro de uma estrutura social com a distribuição desigual do capital, o que torna os índices de pobreza ainda mais elevados no Brasil.         O crescimento econômico acentua desigualdades sociais e econômicas, que se manifestam desde os centros urbanos às propriedades rurais na medida em que parte da população não dispõe de renda suficiente para gozar de direitos cidadãos básicos, como garantias de uma alimentação diária regular, de moradia e de acesso à saúde. Tal cenário reflete na qualidade de vida da população, aumentando a taxa de mortalidade infantil, o índice de analfabetismo, de pobreza e de desemprego e, sobretudo diminuindo a expectativa de vida.     Nessa perspectiva, depreende-se que medidas de ordem individual e coletiva precisam ser elaboradas com o objetivo de reduzir a estratificação econômica. Sendo assim, ONG’s com o apoio do Governo Federal devem promover cursos visando ampliar a qualificação profissional e a oferta de emprego no país a fim de reduzir as taxas de desemprego. Além disso, visando os jovens estudantes da população economicamente inativa, faz-se necessário maior investimento no setor educacional, com isso haverá uma redução no índice de analfabetismo, além de uma preparação para a vida acadêmica e para o mercado de trabalho, uma vez que, de acordo com o filósofo brasileiro Paulo Freire: “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”. Ademais, assim o quadro desigual da sociedade brasileira poderia ser revertido.