Na literatura, o período arcadista é caracterizado pelo bucolismo, o qual descreve as qualidades da vida campestre. Paralelo à isso, com o desenvolvimento capitalista, as cidades apresentam amplo dinamismo que está atrelado a poluição sonora, diferente da calma recorrente no campo. Dessa maneira, a saúde mental e física do indivíduo é prejudicada. De acordo com o filósofo Nietzsche, a sociedade atual pode ser classificada como niilista, ou seja, que vive de forma doentia. Análogo à isso e partindo do pressuposto de que segundo a Organização Mundial da Saúde, os barulhos citadinos podem acarretar reações de estresse e até mesmo depressão nas pessoas, é importante ressaltar que a dinâmica populacional corrobora para tal fato. Pois, como o desenvolvimento iminente e que não apresenta queda, todos os locais nessas cidades estarão sujeitos a barulhos, seja do trânsito ou de obras, o que vêm a acarretar em uma tensão e cansaço constante. Assim, os indivíduos ficam mais propensos à depressão e isolamento, uma vez que a sociedade, consoante ao que disse Nietzsche, não consegue crescer de forma benéfica. Sob outro viés, pode-se afirmar que os ideais bucolistas estão sendo aplicados atualmente, isso porque segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, houve significativo aumento do fluxo de pessoas para as cidades menores. Depreende-se que a poluição sonora interfere na saúde humana de muitas maneiras, visto que ela desestabiliza os ecossistemas próximos causando a desorientação dos animais em seu próprio nicho ecológico, desde o momento para conseguir alimentos até a reprodução, deste modo, muitas vezes, principalmente mosquitos, recorrem aos seres humanos, disseminando doenças. Portanto, para que a afirmação de Nietzsche não esteja atrelada à atualidade, é necessário ação. As prefeituras, por meio da melhoria na fiscalização de leis de silêncio e até mesmo ampliação destas, com o aumento de multas, devem se certificar de que a harmonia sonora seja instaurada, melhorando a condição psicológica dos cidadãos. Já o Ministério do Meio Ambiente em conjunto com o Ministério da Saúde, devem proporcionar por meio de propagandas nas mídias sociais, e com investimento e participação também de empresas privadas, centros de monitoramento dos ecossistemas nas metrópoles, para que desse modo, a saúde coletiva seja melhorada.