Enviada em: 20/04/2018

É incontrovertível que o Ensino Médio brasileiro, hodiernamente, configura-se falho e de péssima qualidade. Na tentativa de melhorar o quadro da educação no brasil, o senado aprovou, através de medida provisória, uma reforma que modifica amplamente o âmbito educacional. Entretanto, a principal medida, de incremento da carga horária, de 800 a 1400 horas por ano não se justifica, haja vista que o problema fundamenta-se na qualidade do ensino e não, no volume de aulas. Nesse contexto, deve-se analisar como o ambiente escolar atual associado aos tópicos principais da reforma podem prejudicar, ainda mais, tal problemática.     Consoante à esses pontos, em 2014, o país canarinho ocupou a 53º colocação no ranking PISA, que avalia a educação, e que compõe, ao todo, 65 países. Atrelado à isso, a raiz de tal imbróglio, embasa-se principalmente no baixo salário de professores – 20% destes recebem menos que o piso salarial da profissão. Isso porque, pela falta de investimento político, há falta de condições básicas ao ensino de qualidade, como salas de aula precárias, falta de merenda, ventiladores e baixo salário. Sendo assim, professores e alunos perdem o interesse na arte de lecionar e aprender, respectivamente. Não é à toa, então, que o país tupiniquim é o penúltimo lugar na lista de países que valorizam os professores, já que pela falta de interesse e corrupção observada na classe política, a educação acaba não sendo valorizada.     Referente ao ambiente escolar, segundo o educador e filósofo brasileiro, Paulo Freire, em seu livro “A pedagogia do oprimido”, a educação é a mais importante base para a formação do humano enquanto cidadão e crítico. Nesse aspecto, a mudança verificada na grade curricular prova-se ineficaz, pois os principais agentes de tal alteração, alunos e professores, não foram consultados quanto às mudanças. Além disso, o incremento na carga horária apenas tenta mascarar o problema da qualidade do ensino e não se preocupa em se ater às raízes do problema.     Torna-se evidente, portanto, que a reforma no ensino não trata da raiz da problemática, que é qualidade de ensino, e sim, do volume de aulas. Diante disso, o Ministério da Educação deve impedir a tramitação da instauração da reforma, que acontece ano que vem, para que a questão da mudança tenha participação de professores e alunos, com a finalidade da consulta desses, uma nova reforma seja feita de acordo com os moldes que o brasil, e sua educação, necessitam. Além disso, o Governo Federal deve elaborar uma PEC para o aumento de gastos em escolas públicas e no pagamento do piso salarial para professores, já que estas não contam, atualmente, com necessidades básicas à boa educação.  .