Enviada em: 22/04/2018

"Cada ação tem uma reação", como disse Newton. Cada medida tomada tem seus impactos, e com a decisão que o governo tomou de reformar o ensino médio brasileiro não será diferente. Haverão impactos grandes, ainda mais pelo fato de que o assunto em questão envolve educação, pois esta é que influencia diretamente na formação dos cidadãos que formam uma nação e a fazem ser do jeito que é. Se alguns dos pontos que circundam este tema forem observados, verá-se que de todos os impactos possíveis, nem todos são bons.   De fato, a ideia de flexibilidade quanto às matérias é interessante, uma vez que os alunos tem diferentes aptidões, e tendo a chance de se concentrar no que tem mais afinidade, o aluno poderia desenvolver ao máximo suas habilidades para uma área específica. Porém isso também poderá acarretar em cidadãos despreparados para lidar com coisas diferentes de seu meio, mais fechados a explorar outras áreas. Isso ainda poderia vir a auxiliar a diminuição da taxa de evasão do ensino médio, que estava em aproximadamente 11% segundo divulgação do MEC do meio do ano passado.    Por outro lado elementos de suma importância parecem ter sido ignorados, começando pela reflexão sobre infraestrutura. Para oferecer o que está sendo idealizado, como um ensino técnico, é necessário estrutura. As ETEC's, que são escolas técnicas que muitas vezes oferecem Ensino Técnico Integrado ao Ensino médio por exemplo, têm estruturas que menos de 3% de todas as escolas do país tem, e representando uma estrutura básica para esse tipo de ensino, pode-se concluir que teria que haver uma reforma geral nas escolas brasileiras, e a construção de mais escolas pois muitas cidades do país contam com apenas uma ou duas escolas de ensino médio em seu território, e para poder oferecer todas as opções (humanas, natureza, biológicas e técnico) teriam que ser construídas mais escolas. Afinal, se o estudante não tiver todas as opções e for obrigado a ficar "com o que tem"  o número de evasões poderá vir a aumentar ao invés de diminuir. Ainda haverá a necessidade de contratação de professores especializados Isso tudo acarreta em um grande orçamento para o governo, possivelmente gerando algum impacto econômico. Embora como alguns políticos disseram com razão que deve-se prestar atenção na educação e resolver tudo logo, fazer as coisas com pressa não é a melhor solução. Apesar de haver urgência na aplicação da reforma efetivamente, deveria-se traçar um plano para que esta mudança seja instaurada aos poucos, assim garantindo uma implementação com sucesso. Professores especializados poderiam começar dando aula nas escolas em períodos específicos, a medida que estas seriam reformadas e outras construídas, e enquanto uma base comum talvez mais ampla fosse sendo definida.