Enviada em: 08/06/2018

De acordo com dados obtidos pelo ranking mundial de educação, o desempenho educacional dos alunos brasileiros está entre os piores rendimentos escolares do mundo. Essa fatídica realidade é prova de que mudanças são imprescindíveis na atual metodologia do ensino médio no país. Todavia, transformar os métodos de estudo de maneira desequilibrada e equivocada pode ocasionar problemas ainda mais preocupantes para os estudantes e, consequentemente, para o futuro da nação.           Segundo pesquisas científicas publicadas na Síntese de Indicadores Sociais, um indivíduo só possui maturidade psicológica para tomar decisões a partir dos 24 anos. Opondo-se a esse fato comprovado, o MEC propõe que alunos de 14 anos que cursarão o ensino médio já saibam em que área do conhecimento preferem se aprofundar para o seu preparo escolar e, futuramente, acadêmico. O que, sem dúvidas, é uma atitude profundamente irresponsável, já que a limitação das disciplinas a ser em ensinadas nas escolas padroniza os estudantes, impedindo que eles possam ter contato com diversas experiências estudantis no que diz respeito ao conhecimento tanto das ciências humanas quanto das exatas e também não contempla aos que farão cursos que envolvam diversas áreas simultaneamente.       Outro impulsionador do caos educacional proveniente da aplicação dessa medida provisória é o fato do Ministério da Educação e Cultura (MEC) acreditar que o aumento da carga horária nos colégios pode fazer com que os alunos estudem mais. Tal medida é totalmente ineficaz, visto que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nem mesmo a exorbitante evasão escolar poderia ser resolvida com o aumento do número de aulas. Outrossim, conforme o método da educação emancipadora de Paulo Freire, o tempo em sala de aula não define a qualidade da educação oferecida aos discentes, até porque é essencial que eles desenvolvam autonomia no acúmulo de conhecimento também fora da escola.      Tendo em vista os fatos elencados, é imprescindível que o MEC, junto à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) reformule certas medidas de reforma do ensino médio, não aumentando exageradamente a carga horária prevista para os alunos do ensino médio. Tais órgãos devem, ainda,  auxiliar os educandos com workshops sobre profissões e diálogos com universitários das mais diversas áreas nas escolas, oferecendo a eles não apenas a opção de escolherem até três disciplinas nas quais preferem se aprofundar, mas o direito de mudarem de área do conhecimento e poderem usar o tempo em sala de aula para aprender de forma mais prática e objetiva sobre todas as disciplinas do currículo escolar atual resumidamente. Dessa forma, os alunos terão o acesso à pluralidade dos saberes, sem prejudicar sua posterior carreira no mercado de trabalho e, assim, a educação nacional será otimizada.