Enviada em: 20/10/2017

A reforma brasileira do Ensino Médio tem sido alvo de muitas críticas oriundas de educadores e alguns setores da sociedade. Sobre esse assunto, alegam não terem sido consultados e não concordarem com a iniciativa do governo de flexibilizar a grade escolar, privilegiando algumas matérias que continuariam sendo obrigatórias, em detrimento de outras que passariam a ser opcionais. Nesse sentido alegam que a reforma proposta pelo governo é ineficiente e possui viés político, uma vez que estaria preocupada, exclusivamente, com a melhoria dos índices educacionais, os quais baseiam-se principalmente em desempenhos nas disciplinas de matemática e português.   Ainda que não compactuem com essa proposta do governo, a maioria dos educadores concordam que uma grade educacional mais enxuta e flexível poderia ser mais eficiente, todavia, alegam que o sistema proposto impõe aos alunos uma lacuna de conhecimentos necessários para o desenvolvimento do senso crítico individual. Por outro lado, o governo alega que, por meio da metodologia proposta, além de proporcionar uma melhor educação àqueles que não terão oportunidade de cursar o ensino superior, estaria privilegiando a vocação e a vontade de cada aluno. Sobre esse tema, Paulo Freire, considerado por muitos educadores "o patrono do ensino", defende que os alunos devem ter a autonomia e o direito de, o quanto antes, optarem pela carreira e pela área do conhecimento que desejam seguir.   Portanto, ao que parece, educadores e governantes concordam com a necessidade de mudanças na atual estrutura curricular do ensino médio, todavia, divergem quanto às propostas. Assim sendo, fica evidente a necessidade da realização de um amplo debate, com a participação de educadores de todas as regiões do país e representantes de todas as áreas do ensino médio, a fim de que, ainda que não haja um consenso, todos opinem e participem da construção de uma proposta técnica única, aprovada pela maioria dos especialistas e também pelo governo.