Enviada em: 21/04/2018

A Semana da Arte Moderna, movimento eclodido em 1922, caracterizou-se pela valorização da linguagem popular, livre de regras gramaticais. Entretanto, na conjuntura atual do Brasil, observa-se um cenário de marginalização linguística, responsável por atribuir características negativas às formas coloquias de linguagem. Nesse âmbito,destacam-se fatores históricos e culturais, os quais estimulam a manutenção do preconceito lingístico no país.          Primordialmente, denota-se que a variação linguística é um fenômeno natural, que acontece graças ao princípio fundamental da linguagem que é a comunicação. Assim, rearranjos são feitos ao longo da história, de acordo com as necessidades práticas discursivas do falante. Contudo, percebe-se que há uma confusão no que tange ao uso da gramática normativa, pois entende-se que ela atua como uma espécie de padrão a ser seguido por todos. Marcos Bagno, em seu livro “Preconceito Linguístico”, procura desfazer tal incoerência, apontando para a valorização de todas as formas de linguagem, dado a pluralidade cultural da nação canarinha.            Consoante a isso, a célebre obra de Graciliano Ramos, “Vidas Secas”, retrata o preconceito vivido por um típico sertajo nordestino, Fabiano, que sofre constantes injustiças do patrão por não dominar os mecanismos linguísticos valorizados pela elite. No Brasil, espisódios semelhantes a esse acontecem cotidianamente, como aquele que envolveu o médico Guilherme Capel, acusado de debochar da fala coloquial de seus pacientes, através da internet. Nesse sentido,constata-se que a norma padrão tem sido utilizada como um instrumento de difeenciação social, corroborando com a ideia do preconceito linguístico, responsável por marginaliza o contato verbal dos povos menos favorecidos.             Em vista dos fatores supracitados, é imprescindível que haja um combate efetivo a todas as formas de discriminação linguísticas, responsáveis por atribuir um caráter negativo ás formas de comunicação popular. Para que isso ocorra, o Governo Federal, em parceria com as mídias digitais, deve difundir uma campanha de valorização aos falares regionais, atrvés da divulgação de imagens, vídeos e histórias que estimulem o respeito mútuo a pluralidade verbal. Ademais, o Ministério da Educação deve implantar o livro de Bagno, mensionado anteriormente, no currículo literário do Ensino Médio, a fim de incentivar o pensamento crítico dos jovens e estimular a preservação da linguagem regional. Com a efetividade de tais medidas, será possível desintegrar esse tipo de preconceito.