Enviada em: 24/04/2018

O Brasil é um país com dimensões continentais e com uma imensa pluralidade cultural que, naturalmente, se reflete nas diversas variações linguísticas que existem nas diferentes regiões. Desse modo, é válido analisar a maneira como a educação básica pautada na gramática normativa em conjunto com as variações linguísticas que existem de acordo com o contexto social, histórico e regional da população falante geram o descriminalização.   Nesse sentido, um dos principais motivos para a efetuação da intolerância na forma de se expressar seja a confusão histórica formada entre a língua e a gramática normativa. Verifica-se na obra “Preconceito Linguístico: o que é, como se faz” (1999), o professor, linguista e filólogo Marcos Bagno aborda a não existência de uma forma “certa” ou “errada” dos usos da língua e o preconceito linguístico, gerado pela ideia de que existe uma única língua correta (baseada na gramática normativa), colabora com a prática da exclusão social.  Essa norma é ensinada como a maneira correta de usar a língua, levando ao que chamamos de “preconceito linguístico”, ou seja, a exclusão e marginalização de pessoas que não dominam essa variante da língua. Entretanto, esta não abrange as expressões populares, as gírias e os regionalismos que, mesmo não constando na gramática, não podem ser considerados modos incorretos da fala, pois se formam de acordo com uma série de fatores influenciadores, como a região, a faixa etária, o grupo social, aspectos culturais e demais fatores culturais dos seus falantes. Dado exposto, o fato da língua ser "mutável" e passível de constantes alterações, faz-se necessário que as instituições escolares respeitem e ampliem a competência comunicativa de nossos alunos, como, por exemplo, atividades de reconto, em que os estudantes assumem o protagonismo na apresentação oral das narrativas literárias, para passar a incorporar novos repertórios linguísticos em suas práticas sociais de leitura, escrita e comunicação oral.  , passar a incorporar novos repertórios linguísticos comunicaçao oral.