Enviada em: 14/05/2018

O Brasil, por ser um país que possui área continental, tem uma imensa variedade social, cultural e linguística. Embora essa variação referente ao ato de falar seja um importante elemento na construção da sociedade, tal item tem sido utilizado como ferramenta para que haja segregação social. Por isso, é necessário discutir o preconceito linguístico neste país com o intuito de romper os estigmas sobre as variantes.             Em primeiro lugar, é de suma importância destacar que a língua, mecanismo relevante no processo de integração sociocultural, é dinâmica e mutável. Dessa forma, é possível compreender que existem particularidades dentro de um idioma no que se refere à idade dos indivíduos, ao contexto em que esses estão inseridos, ao lugar onde moram e ao nível de escolaridade que possuem. Nesse sentido, percebe-se que não se deve desconsiderar a norma-padrão, mas admitir que as variantes linguísticas são uma condição intrínseca a mutabilidade da língua.                   De maneira análoga, é bem sabido que, infelizmente, as escolas brasileiras, por muitas vezes, são ambientes que propagam diversos tipos de preconceito, o que acaba por corroborar com os acréscimos nos muros segregacionistas deste país. Tal postura pode gerar uma "reação em cadeia", ocasionando o medo de se expressar do indivíduo que padece com esse tipo de preconceito, além de ferir o princípio de maior importância no processo de cooperação entre os indivíduos - a coesão social - estudada por Max Weber. Assim, é relevante romper com a ideia de padronização, já que o Brasil é um país multicultural.                      Fica evidente, portanto, que o preconceito linguístico é uma problemática que precisa ser urgentemente debatida. Cabe ao Estado, então, representado pelo Ministério da Justiça, a criação de uma lei que penalize esse ato criminoso, utilizando multas para quem o faça. Além disso, por meio do Ministério da Educação, deve ser incentivado o aumento da carga horária no ensino fundamental de disciplinas que discutam o preconceito linguístico, utilizando cordéis, no intuito de disseminar uma cultura de alteridade, também compreendendo que não existe "certo e errado", mas adequado ou não. Espera-se, com isso, que seja possível difundir a ideia de um "poliglotismo nacional".