Enviada em: 06/07/2018

"Tipo". "Né". "Oxente". "Che". São algumas das expressões linguísticas das diversas regiões do Brasil. É normal que em um país continental possua variações e vícios na linguagem, porém, não é aceitável que uma minoria despreze ou humilhe as pessoas que falam de tal forma. Assim, o preconceito linguístico é decorrente de uma gramática excessiva e de um senso de superioridade social.       Infelizmente, o Brasil possuí um péssimo sistema de educação pública, desse modo, os privilegiados de uma alta educação possuem um carácter elitista em relação à língua, desprezando os menos favorecidos. No livro Mais Badulaques, de Rubem Alves, conta-se uma história de dois amigos (um escolarizado e outro do interior), em que um deles enviando cartas ao outro, é corrigido por este e sente-se mal pelo preconceito dele em relação a sua expressão linguística regional. Entretanto, apesar de ter sido escrito em outra época, o preconceito manteve-se durante o progresso social brasileiro. Em obras de novelas, filmes, séries, etc, o falar característico do caipira ou do indígena ainda é utilizado como forma de humor, que mesmo sendo um humor clássico, ainda é ofensivo nos dias atuais. Dessa maneira, com o preconceito linguístico é prejudicial para o combate do racismo e preconceito enraizados na sociedade brasileira.       Além disso, a gramática excessiva nos informais é prejudicial a interação social entre os indivíduos, já que os excluí do ambiente. É evidente que na forma escrita o uso correto da gramática é essencial, principalmente nos meios jornalísticos, judiciais, culturais, etc. Entretanto, em programas de mensagens instantâneas como Whatsapp ou Messenger, o uso da gramática excessiva é negativa, pois pode causar mal-estar social entre o emissor e o receptor. Assim, quando uma pessoa fala em um ambiente informal "E aí mano, beleza?" não se pode cobrar que ela seja formal e diga "Olá, tudo bem?", pois isto seria contrário a própria natureza da conversa informal.       Portanto, o uso excessivo da gramática e do senso de superioridade causa preconceitos linguísticos contra os mais simples de educação e contra minorias. Desse modo, é necessário que a mídia, por meio de seus programas de entretenimento, demonstrem que é normal e às vezes aceitável o uso de expressões regionais e linguísticas. Além disso, o governo, através da educação, deve instruir os professores de português e literatura a ensinarem seus alunos que há diversidade linguística e que ela não é contrária ao uso correto do português normativo, além de demonstrar os mais diversos usos da língua. Dessa maneira, o preconceito linguístico poderá diminuir seu carácter excludente e incoerente com a diversidade cultural brasileira.