Enviada em: 09/07/2018

A Constituição de 1988, intitulada cidadã, assegura que todos os indivíduos devem ser respeitados e tratados com igualdade. Entretanto, o preconceito linguístico é um entrave a esses direitos, prejudicando as relações sociais. Logo, evidencia-se que é amplamente importante que a alteridade seja implementada, juntamente com o respeito à diversidade linguística, mas esse ato enfrenta obstáculos, seja pela vasta coerção social, seja pela discriminação instaurada.    É indubitável que a sociedade realiza extrema pressão sobre aqueles que não falam de acordo com o padrão adotado pela Língua Portuguesa, o que favorece a marginalização social. Desde o período colonial brasileiro, Marquês de Pombal instituiu o português como língua oficial, excluindo as outras existentes, como as variantes indígenas. De maneira análoga, a população vigente adota certo padrão e critica os demais dialetos, inclusive, com o auxílio das redes sociais, que permitem diversos julgamentos devido à maneira de falar ou de escrever de alguns brasileiros, o que gera o receio nesses oprimidos de se comunicarem. Com isso, nota-se que a discriminação das diversas expressões é um legado histórico que difunde a exclusão social.    Outrossim, é notório que o preconceito instaurado na sociedade propaga as ofensas e o desrespeito no Brasil. É comum observar jovens que vivem em contato com adultos retrógrados com diversos julgamentos acerca das variantes linguísticas e repassam essas falsas concepções para as próximas gerações. De acordo com o sociólogo Durkheim, os indivíduos são determinados pelo meio em que vivem, dessa forma, se tais adolescentes continuarem em um lugar repleto de desrespeito, poderão propagas essas ideologias. Nessa perspectiva, insere-se o livro "A língua de Eulália", de Marcos Bagno, que sugere aos professores a respeitarem a carga sociolinguística dos alunos, já que a escola é um dos principais lugares onde eles adquirem sua formação. Assim, percebe-se como as intolerâncias interferem na nação.    Evidencia-se, portanto, que é vastamente necessário que o desrespeito à diversidade linguística seja minimizado e, para isso, é importante que o Governo Federal, aliado ao Poder Legislativo, elaborem leis punitivas aos julgadores com penas sociais e monetárias. Além disso, devem criar conjuntamente aplicativos de denúncia -haja vista que as pessoas estão intensamente conectadas aos celulares-  para facilitar as queixas das vítimas a fim de que a discriminação seja reduzida. Ademais, é imprescindível que o Ministério da Educação crie materiais sociológicos e os repasse às escolas para que os professores possam debater com os alunos sobre a importância das variantes da língua, com o intuito de os jovens respeitarem a diversidade. Dessa forma,os direitos constitucionais serão aplicados.