Enviada em: 25/07/2018

Durante a primeira geração modernista (fase heroica) os escritores enalteceram os dialetos locais, valorizando a língua popular brasileira, quebrando os paradigmas existentes. Atualmente, vivemos em um cenário onde as diversidades nem sempre são valorizadas e o preconceito linguístico exclui ainda mais quem não tem acesso a linguagem culta. Nesse sentido, convém analisar como a intolerância linguística tem contribuído para a exclusão social.    Primordialmente, cabe ressaltar que o preconceito linguístico tem suas raízes fixadas na história. Durante a colonização, os portugueses impuseram sua língua aos nativos e aos escravos africanos em uma clara superioridade cultural. Essa visão não acabou com a colonização e ainda nos deparamos com atitudes que subjugam variantes do português. Em um país tão grande como o Brasil, é impossível falar em homogeneização e não aceitar as variantes da língua é equiparado a negar sua origem.     Outrossim, podemos dizer que o preconceito linguístico nasce da ideia de que existe uma única forma correta de português. Uma reportagem vinculada a Revista Veja aponta que uma das principais causas da intolerância linguística é a ideia de que a gramática deve ser seguida até na oralidade. Pessoas que não tiveram acesso a uma educação básica são as que mais sofrem, sendo motivo de chacota de quem acha que fala melhor, acentuando cada vez mais uma imensa desigualdade social.    Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para reverter essa problemática. O Ministério da Cultura, deste modo, deve unir-se às secretarias de educação na criação de campanhas que, por meio de debates e palestras, eduquem sobre o respeito e incentivem a aceitação das variantes linguísticas em todos os estágios da educação, abordando as formas de português brasileiro e o correlacionando à situação social dos falantes. Espera-se com isso incluir aquelas que sofrem da exclusão que o preconceito linguístico gera, contribuindo para uma modernização social brasileira, algo que os escritores já conseguiram na literatura.