Enviada em: 20/08/2018

O preconceito linguístico — ato de discriminação entre falantes de uma mesma língua — é muito recorrente no Brasil. Esse problema advém da própria sociedade, pois as pessoas, principalmente as de maior prestígio social, têm o costume de achar correto somente o uso da norma culta. Nesse contexto, deve se analisar os desafios que a classe menos favorecida enfrenta para poder se adequar ao padrão imposto.    Às classes de maior prestígio social, o ato de “falar certo” está relacionado ao uso da norma padrão. Isso se deve ao fato de que, para essa parcela da população, o acesso à informação acerca do assunto é muito mais privilegiado, fazendo com que seja fixado o padrão de uma língua correta à classe dominada, mas sem o intuito de ensiná-las. Desse modo, as classes dominantes além de terem o controle social, também terão o controle da língua, criando assim uma estratégia político- ideológica.     Além disso, a escola é um dos principais meios de disseminação desse preconceito, visto que desde cedo as crianças são ensinadas a seguir um padrão de escrita e fala, como observamos em ditados e outras tarefas escolares, dispensando qualquer outra forma linguística salvo a da normal culta. Por esse motivo, o indivíduo já cresce com a ideia de que existe uma forma certa de escrever e falar devido à força coercitiva que age sobre ele, conforme afirma Émile Durkheim em sua teoria sobre o fato social.    Portanto, para que haja uma diminuição do preconceito linguístico e um maior conhecimento dele para as classes menos favorecidas, é primordial que o Ministério da Educação em parceria com intelectuais e pedagogos, inclua na grade curricular do ensino infantil, fundamental e médio, o ensino obrigatório sobre as variações da língua e sua importância na cultura brasileira, a fim de impedir o desenvolvimento e potencialização do preconceito.