Enviada em: 02/10/2018

Como descrito por Newton, um corpo não terá seu movimento alterado a menos que uma força externa suficiente atue sobre ele, vencendo sua inércia. Esta é, infelizmente, a atual conjuntura do preconceito linguístico no Brasil, assim como tem sido no decorrer da história: uma inércia que persiste em detrimento da falta de escolaridade de alguns grupos, bem como as questões culturais incompreendidas. Assim sendo, convém analisar os principais pilares dessa chada social. Como primeira constatação, observa-se que preocupações associadas ao preconceito linguístico não apenas existem como vêm crescendo diariamente. Outrossim, de acordo com o artigo 3 da Constituição brasileira, é dever estatal construir uma sociedade livre, justa e solidária, garantindo o desenvolvimento nacional. No entanto, seguindo os últimos dados relacionados a esse tipo de preconceito, a ação legal encontra-se distante da efetivação, haja visto que há excessivos grupos com escolaridade precária, seja por um ensino deficitário ou por falta de oportunidades, o que corrobora para a acentuação do problema exposto.  Faz-se mister, ainda, salientar a incompreensão de questões culturais presentes no território brasileiro como impulsionador do problema. Isso ocorre, principalmente, em virtude de grupos mais favorecidos, seja intelectualmente seja financeiramente, impor sua fala como superior em relação a outros grupos. Exemplificando isso, pode-se citar a escola parnasiana que prezava mais o caráter estético do que a própria mensagem, o que corroborava em uma vasta exclusão de grupos com culturas diversificadas que não eram tão familiarizados com a linguagem formal, tais feitos favorecem na formação de um problema social com dimensões cada vez maiores.  Destarte, são necessárias forças externas suficientes para modificar a trajetória histórica, sobressaindo sua inércia. Sendo assim, o Ministério da Educação deve averiguar a qualidade de ensino no ambiente escolar por meio de testes de rendimento aos alunos, a fim de promover uma educação de qualidade a todos. Aliado a isso, é necessário que o Governo, em parceria com o MEC, financie projetos educacionais nas escolas, através de uma ampla divulgação midiática, que inclua propagandas televisivas, entrevistas em jornais e debates entre os professores e alunos para reforçar a importância da diversidade cultural. Outras medidas devem ser tomadas, mas, como disse Oscar Wilde: “O primeiro passo é o mais importante na evolução de um homem ou nação. ”