Enviada em: 12/09/2018

No Brasil, em 1922, deu-se início a primeira fase do Modernismo que caracterizou-se, sobretudo, pela ruptura com os padrões cultos e estéticos impostos, sendo produzido obras com forte valorização dos variados dialetos presentes no país. No entanto, embora essa corrente literária tenha proposto uma nova perspectiva sobre o uso da linguagem, é notório nos dias de hoje o preconceito linguístico como parte da conjuntura social. Nesse contexto, é preciso analisar como a imposição da norma culta e o preconceito social influenciam nessa problemática.  Em primeiro plano, é importante frisar a imposição da norma culta da língua portuguesa como fator contribuinte para esse revés. Formulada por uma classe dominante do país, o conhecimento da gramática tem sido usado como instrumento de distinção e dominação. Por conseguinte, em especial no cenário escolar, a noção de falar "certo" ou "errado" imposta hodiernamente, apresenta-se como agravante, visto que, o individuo ao perceber que seu modo de se expressar é diferente daquele esperado, sente-se excluído tendo, assim, problemas de sociabilidade.  Além disso, é válido mencionar o preconceito linguístico como uma face do preconceito social que perdura no Brasil há anos. Conforme defendido pelo escritor Marcos Bagno, a descriminação com base no modo de falar é encarada com muita naturalidade na sociedade brasileira. Paralelamente à isso, a parcela da população desprovida de condições econômicas e com baixa escolaridade tem à sua frente mais uma barreira a ser enfrentada por exercerem um modo de falar próprio. Todavia, isso não deve ser tolerado, pois são justamente as variações na língua que a tornam viva.  Evidencia-se, portanto, que a língua é um importante fator na construção social e qualquer tipo de preconceito precisa ser combatido. Dessa forma, cabe a escola ensinar que todas as variedades linguísticas existentes, embora informais, fazem parte do português brasileiro. Ademais, é preciso que a Mídia