Enviada em: 03/09/2018

Prisão de intolerância   O Mito da Caverna, escrito por Platão no livro VII da República, narra uma metáfora onde alguns homens estavam presos de uma forma na qual acreditavam que as sombras projetadas aos seus olhos eram a única verdade absoluta. Assim, a existência desses homens era totalmente dominada pela ignorância. Hodiernamente, a sociedade não se distancia dessa alegoria uma vez que, associada a uma cultura de etilização da nossa língua, o preconceito linguístico se faz presente no cenário brasileiro.   Convém ressaltar a princípio que a colonização do país foi marcada pela imposição aos índios à língua portuguesa. Além disso, houve uma intensa miscigenação de culturas que foi moldando nossa linguagem com centenas de variantes e dialetos. No entanto, infelizmente, a norma culta se transformou em sinônimo de prestígio social, fazendo as demais serem menosprezadas ao longo da história.   Outrossim, de acordo com o pensamento de Arthur Shopenhauer os limites do campo de visão de uma pessoa determinam seu entendimento a respeito do mundo que a cerca. Nesse sentido, o sistema educacional também contribui com esse preconceito já que é ensinado somente o português padrão e, assim, não há uma abordagem dessa enorme variedade linguística. Com isso, a escola torna-se lugar propício para a prática de “bullying” devido às singularidades de alguns alunos ao se expressarem.   Em suma, é imprescindível destacar o papel da educação para resolver esse impasse. Dessa forma, o Ministério da Educação deve promover parcerias entre escolas e especialistas para a criação de projetos que façam com que os alunos conheçam novos contextos. Ademais, a mídia deve usar seu espaço para divulgar esse problema através de ficções e reportagens para que, desse modo, a sociedade saía dessa caverna do preconceito.