A formação sociocultural brasileira é resultado da mistura de vários povos de todo o mundo, como indígenas, portugueses e africanos, sendo isso responsável pela grande diversidade nos costumes e na língua no Brasil. Entretanto, essa variedade influencia na exclusão de alguns grupos por serem considerados "diferentes", como é o caso do preconceito linguístico, que ocorre devido a tentativa de homogeneizar a língua e ao desinteresse do Estado. Em primeiro plano, é observado que o sistema educacional do país auxilia a construção da ideia de língua homogênea. Isso porque em basicamente todas as instituições de ensino básico as pessoas aprendem apenas a norma culta da língua portuguesa e acabam perdendo suas variantes linguísticas por serem consideradas erradas. A Declaração Universal dos Direitos Linguísticos da UNESCO diz que a língua não deve ser homogeneizada e que sua variedade deve ser preservada, ou seja, a heterogeneidade tem que ser mantida, tendo em vista que nenhuma é errada e vários aspectos influenciam na formação dessas variantes, como a cultura, a situação social e financeira, entre outros. Além disso, nota-se que o Governo Federal não dá a devida atenção a esse problema. Isso dado que no Brasil existem órgãos responsáveis pelo combate a outros tipos de preconceito, por exemplo o Centro de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa, entretanto, não existe nenhuma instituição responsável pelo combate ao preconceito linguístico. De acordo com o filósofo Sócrates os erros são consequência da ignorância humana, analogamente à isso, pode-se afirmar que a intolerância as variantes linguísticas é resultado do desconhecimento das pessoas em relação à esse assunto e da situação de vida das pessoas que sofrem com isso, pois, eles foram educados por indivíduos que possuem essas variações na sua cultura e na história do seu povo. Urge, portanto, que medidas sejam tomadas para amenizar os efeitos do preconceito linguístico na sociedade brasileira. Cabe ao Ministério da Educação, aliado as prefeituras municipais, promover debates nas instituições de ensino que sejam capazes de desconstruir a ideia de língua homóloga e repudiar o preconceito linguístico, para que as variações sejam mantidas e respeitadas por todos. Ao Governo Federal, por sua vez, compete criar o "Centro de Combate ao Preconceito Linguístico", por meio de investimentos de órgãos públicos e iniciativas privadas, com o objetivo de ter uma instituição que regule e auxilie no combate a essa intolerância. Desse modo, o Brasil poderá diminuir as consequências da discriminação e da exclusão.