Enviada em: 16/08/2017

Recentes casos, como o do recém-formado médico que criticou a maneira de seu paciente se referir à pneumonia, zombando-o nas redes sociais, demostram como o preconceito linguístico impera sobre uma nação miscigenada e tão rica em seu modo de falar a qual, por meio do esquecimento das variedades regionais, busca adquirir uma linguagem formal, uniforme e sem graça.       Primeiramente, há de se enaltecer o fato de que em praticamente todos os estados brasileiros exista uma maneira única de se comunicar, pois isso exemplifica as características regionais de cada um, o que contribui para o não esquecimento das tradições. Além disso, buscar a padronização de uma característica cultural, como a variedade linguística, seria o mesmo que, por exemplo, criticar e acabar com as festas juninas ou até mesmo com a festa do bumba meu boi, nas regiões sudeste e nordeste, respectivamente.     Em segundo lugar, pequenos desvios como o do caso previamente citado, no qual o paciente se enganou ao pronunciar a palavra "pneumonia", ilustram a falta de tolerância e a arrogância graças ao sentimento de superioridade dado ao expressar-se corretamente, que existe desde o Período Colonial, com os grandes fazendeiros, donos de terras. Dessa forma, percebe-se que a língua principalmente naquela época, mas que ainda guarda resquícios em tempos atuais, atestava a classe social do indivíduo, por conta de seu alto nível educacional.     Por fim, com o objetivo de se evitar tal preconceito, que deveria ser banalizado como o racismo, a xenofobia ou a homofobia, é necessário que o Legislativo crie leis penalizando o infrator com multas ou prisões. Ademais, deve-se criar um órgão especializado em fiscalizações em redes sociais, para que, caso alguma ação seja denunciada, se adquira provas para o cumprimento da lei.