Enviada em: 01/10/2017

A língua falada dentro de um território é uma das características que demarcam a nação, porém por conta da enorme extensão do Brasil, a língua sofre algumas mudanças devido a sua respectiva localização, os chamados sotaques linguísticos. Por conseguinte a essas diferenças, em sua formação histórica, no Brasil há grandes preconceitos devido a maneira de falar, em especial a população do norte e nordeste.       Na época da colonização o nordeste sofreu enorme extrativismo ambiental e social, sendo ao longo dos anos por consequência de tal prática, tornou-se a região com menor infra-estrutura e educação frente as demais regiões. Hodiernamente, é visível as consequências e preconceitos contra os nordestinos, em muitas vezes por seu sotaque. Casos como rejeição a ofertas de emprego ou agressões verbais ou físicas são muitas vezes em decorrência a seu modo de falar.       Apesar de copiosos casos específicos como supracitado, na história brasileira há casos gerais de preconceitos linguísticos, não decorrentes de uma especifidade local ou racial. Tal preconceito ocorreu no início do século XX, na republica "café com leite". Na vigente constituição da época, fora determinado que para o cidadão fosse considerado um eleitor, deveria ser alfabetizado. Isso reduziu a população eleitora do país em 90%, passando de 200 mil eleitores para pouco mais de 20 mil. Determinada atitude do governo tinha como pretérito filtrar e elitizar ainda mais os coronéis, um claro exemplo de preconceito linguístico e educacional, pela forma de selecionar os cidadãos que pudessem participar da política do país.       A fim de evitar mais discriminação decorrente do modo de falar, é importante que os diversos falantes ganhem espaços no âmbito cultural, educacional e político. Assim como Tiririca, que quase foi impedido de ocupar o cargo de deputado por ser considerado analfabeto, é importante que os diversos sotaques sejam expostos, para não serem tratados com diferenças econômicas ou sociais, e valorizados na cultura como a exemplo os sertanejos na famosa obra "O alto da compadecida" de Ariano Suzana.