Enviada em: 12/03/2018

Durante a primeira fase Modernista, autores brasileiros como Oswald de Andrade e Manuel Bandeira utilizaram a poesia para valorizar a linguagem coloquial na literatura. Porém, essa valorização permaneceu só no âmbito literário, pois o preconceito linguístico se tornou um grande desafio presente na sociedade atual. Além disso, é notório que a mídia tem grande participação para o avanço dessa problemática incitando tal prática.   É indubitável que a língua é responsável pela comunicação entre os indivíduos, sendo composta de diversas variantes na língua e uma não deve ser mais prestigiada que às demais. No entanto, devido às particularidades no contexto regional, etária, social e histórica o preconceito tem feito com que essas diferenças sejam alvos de ataques e piadas. Nesse contexto, um caso que reforça essa discriminação ocorreu em Serra Negra (SP) e foi noticiado pelo site G1.com, onde um médico debochou de um paciente com um baixo nível de escolaridade que pronunciou palavras de maneira errada e foi alvo de deboche na internet.   Sob essa conjectura, a mídia corrobora para a ridicularização das variantes linguísticas. Por conseguinte, programas televisivos tratam com escárnio as variações regionais e sociais, incorporado por meio da fala de personagens estereotipados em filmes e novelas. Por outro lado, Maurício de Souza criador da Turma da Mônica criou o personagem Chico Bento com o intuito de evidenciar as diversidades regionais existentes.   Infere-se, portanto, que existem diversos desafios que atenuam o preconceito linguístico sendo necessário intervenção. Sendo assim, a escola, através da imagem do professor deve criar debates em sala de aula com o fito de repassar aos alunos as inúmeras diversidades existentes na língua portuguesa a fim de combater o preconceito linguístico. Ademais, a mídia deve se utilizar do seu poder persuasivo para promover campanhas de conscientização para que ocorra uma valorização das variantes e com isso a sociedade desconstrua essa intolerância contra à multiplicidade de linguagens existentes no Brasil.