Enviada em: 14/04/2018

Conforme defendeu o cientista social Gilberto Freyre, na obra "Casa Grande e Senzala", a diversidade é formadora da identidade deste país. Dessa forma, todas as formas de expressão devem ser respeitadas. Porém, desde a colonização algumas línguas sofrem preconceito. Dessa forma, deve-se analisar como a herança histórico-cultural e o poder público prejudicam a questão no hodierno.       Indubitavelmente, a herança histórico-cultural é a principal responsável pela manutenção do preconceito. Isso decorre do século XXI, quando a ordem escravocrata disseminou ideias de superioridade. A sociedade então, por tender a naturalizar costumes de época, conforme defendeu o sociólogo Pierre Bordieu, naturalizou esse pensamento e passou a reproduzir ideias que que haviam línguas inferiores. E não se sustenta a tese de que seja normal que em um país totalmente globalizado ainda haja casos de preconceito linguístico.       Atrelado à sociedade, nota-se que o poder público negligencia os direitos das classes baixas. Isso porque, embora a Constituição Federal de 1988 garanta direitos sem distinções, o governo não garante a efetivação de muitas conquistas, pois, os interesses socioeconômicos se sobrepõem à fiscalização das leis. Assim, a regra constitucional é claramente infringida, e de acordo com o jornal "O Globo", mais de 70% da população pobre sofre preconceito pela forma de falar. O que é inadmissível em um país formado por pluralidade.       Diante dos fatos elencados, nota-se que algumas formas de expressão são historicamente inferiorizadas pela sociedade e pelo Estado. O Governo Federal, portanto, deve incluir o ensino obrigatório da diversidade linguística na matriz curricular dos ensinos fundamental e médio, a fim de diminuir a potencialização dessa misoginia. Ademais, o Ministério Público deve atuar por meio das defensorias para garantir a efetivação e fiscalização das leis. Logo, o Brasil tornar-se-á um país de equidade e a pluralidade defendida por Freyre, será, de uma vez por todas, respeitada.