Enviada em: 20/07/2018

Durante a segunda Guerra mundial, Alan Turing foi um matemático importantíssimo na vitória dos Aliados. Contudo, anos depois foi condenado a castração química, pois era homossexual e na época isso era crime. Depreende-se então, que o preconceito presente nas doações de sangue por homoafetivos no mundo pós-moderno possuí origens históricas e que além de ferir a cidadania, prejudica também milhares de pessoas que necessitam de sangue.  Segundo o historiador Nicolau Maquiavel, o preconceito possuí mais raízes do que princípios. Desse modo, quando observa-se as barreiras impostas a doação de sangue por pessoas ou casais gays, é irrefutável a discriminação existente e persistente na sociedade brasileira. Assim, uma mudança nos valores da população brasileira é imprescindível para transpor às dificuldades na realização de doações de sangue por homossexuais.  Outra questão relevante, nessa temática, é a constitucional, pois quando a constituição proíbe doação de pessoas que tiveram relações homoafetivas, ela incita que um casal gay possuí mais probabilidade de ter doenças sexualmente transmissíveis, o que é uma falácia. Como o próprio Ministério da Saúde garante, a orientação sexual não é parâmetro para definir se um indivíduo é apto ou não a doar sangue. Sendo assim, não há razões para o veto de doações sanguíneas de homossexuais que tiveram relações sexuais recentes.  Nesse sentido, é crucial que a Câmara dos Deputados altere a legislação acerca da doação de sangue no que diz respeito a restrição de doadores que tenham tido relações homossexuais, a fim de viabilizar a doação dos mesmos. Destarte, a media em que o número de doações homoafetivas aumentarem, além de abastecer o estoque de sangue no país e ajudar a salvar vidas, a sociedade brasileira compreenderia que não existem motivos reais para impedi-los de doar sangue, e que a doação deles e de todos é primordial.