Enviada em: 28/07/2018

Na historiografia e na contemporaneidade, constata-se que desde 1980, após o surto da AIDS, os homossexuais foram impedidos de doar sangue no Brasil. Nesse sentido, é irrefutável que talo impasse esteja ainda hoje plenamente inserido na portaria 158 do Ministério da Saúde, isso por generaliza-los como portadores das DST's. Dessa forma, observa-se que esse paradigma reflete um cenário desafiador no país, seja pela não intervenção do Estado, seja pelo preconceito enraizado.    É primordial ressaltar que a omissão estatal frente ao combate preconceituoso seja o principal problema. Segundo o filósofo Aristóteles, a política deve ser implantada de maneira que, por meio da justiça, a harmonia seja alcançada no corpo social. De maneira análoga, é notório que essa temática rompa com tal equilíbrio, uma vez que fere o artigo 5° da Carta Magna, cuja afirma que todos são iguais perante a lei. Hodiernamente, não há dúvidas que a falta de leis impossibilite que esse grupo pratique o ato solidário na sociedade, haja vista que são taxados como uma parcela portadora de várias doenças e, por conseguinte são inferiorizados.    Outrossim, é indubitável que tal legado histórico-cultural também esteja entre as causas do impasse. Desse modo, o físico alemão Albert Einstein afirma que é bem mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito enraizado. seguindo tal pensamento, percebe-se que na contemporaneidade o pensamento homofóbico vem consolidando-se e, por isso aumenta em uma escala alarmante o repúdio e a limitação as pessoas homo afetivas de serem doadores ativos. Logo, é fato que isso não for revisto o caos se perpetuará.    Torna-se evidente, portanto, que há entraves para a construção de um Brasil igualitário. Destarte, é imprescindível que o Ministério da Saúde junto ao poder Legislativo elabore leis que autorizem a doação de sangue para o grupo inferiorizado, bem como mitiguem as práticas preconceituosas  nos hemocentros, por meio de plebiscitos na câmara de deputados e diretrizes, no fito de desmitificar esse legado e garantir o direito à igualdade e a solidariedade social a classe LGBTQ. Ademais, cabe as escolas e a mídia incentivar o respeito  e a não generalização dos portadores de DST's, por intermédio de debates nas salas de aula e anúncios publicitários, no intuito de formar cidadãos éticos e preocupados com o bem estar social. Assim, será possível chegar ao equilíbrio como propõe Aristóteles.