Enviada em: 28/07/2018

Desde 1981, ano de descoberta do vírus causador do HIV, foi potencializado o preconceito sobre a população homossexual. Tal preconceito afeta, além de outros fatores, o impedimento de doação sanguínea por essas pessoas. Essa conjuntura, de origens sociais, traz consigo graves consequências para o tecido social; logo deve ser corrigida.       Por um lado, a Constituição Federal defende que nenhum cidadão deve ser submetido a tratamento degradante. Embora presente no papel, os locais de coleta de sangue não preparam, de maneira adequada, os profissionais da saúde para lidar com essas situações. Com perguntas de teor preconceituoso durante a entrevista, como por exemplo, se houve realização de relações de cunho homossexual, ao invés de questionar acerca do uso ou não de preservativos, já que heterossexuais também podem se contaminar com doenças transmissíveis pelo sangue. Assim, fica claro que há um tratamento diferenciado quando se trata dessas minorias, e isso traz consigo consequências graves para a população no geral.       Por outro lado, milhões de litros de sangue- que poderiam ajudar a quem necessita- não podem ser doados, tudo isso pela impossibilidade das instituições de aceitarem o sangue de homossexuais, segundo pesquisa realizada pela universidade Harvard. Esses dados ficam mais lastimáveis quando somados à constante falta de sangue no estoque dos bancos de sangue brasileiros, impedindo de salvar milhares de vidas. Por tudo isso, é notável que esse problema não só trata-se apenas de preconceito, mas também de saúde pública e deve ser sanado urgentemente.       Em suma, é imperativo, portanto, que esse infeliz quadro seja modificado. Para tanto é papel do Ministério da Saúde reeducar os profissionais de saúde que lidam com a população homossexual. Para tanto, devem ser realizados cursos que ensinem os profissionais já habilitados a lidarem com essas pessoas, concomitante à inserção desses na formação dos futuros profissionais. Somente assim a dignidade dessa gente poderá ser devolvida e, com isso, se fará valer o pregado pela nossa Magna Carta.