Enviada em: 30/07/2018

Pêndulo de Schopenhauer        “A vida oscila como um pêndulo, indo e voltando, entre a dor e o tédio”. Esse pêndulo da frase do filósofo alemão Arthur Schopenhauer tem tendido, hodiernamente, ao lado da dor se analisarmos o alijamento dos homossexuais do que concerne à doação de sangue e, por conseguinte, aqueles indivíduos que são prejudicados por essa limitação do número de possíveis doadores. Isso causa, portanto, várias mazelas à sociedade, o que agrava ainda mais o quadro de carência de sangue disponível para transplante.        Nesse sentido, o preconceito sofrido pelos gays na hora de doar sangue reflete de maneira determinante na quantidade disponível de sangue. De fato, a sociedade do espetáculo, denominação dada por Guy Debord à sociedade contemporânea, que prolifera o estereótipo dos homossexuais como promíscuos agrava a já debilitada situação: apenas 1,5% da população brasileira é doadora de sangue segundo o Ministério da Saúde. Dessa maneira, impedir que indivíduos homossexuais doem sangue faz com que o pêndulo tenda ao lado da dor para as pessoas que perdem seus entes queridos devido à falta de sangue.       Além disso, essa discriminação é, talvez, uma das principais causas de indivíduos homossexuais aptos não doarem sangue. Isso se deve, pois, a humilhações passíveis de serem sofridas por eles quando pretendem doar sangue, tal qual ocorreu, em São Paulo, com o designer Alexandre Macedo, de 42 anos, que foi impedido de doar sangue por ser gay, apesar de estar totalmente apto de realizar tal ato. Assim, o preconceito causa muito mais estragos do que aqueles mais evidentes.       Portanto, é de fulcral relevância o combate desse preconceito para a sociedade como um todo. Nesse sentido, o Governo, por meio de uma parceria do Ministério da Saúde e de instituições de saúde pelo país, devem criar uma campanha publicitária a fim de sanar o estereótipo que torna os homossexuais alijados de doar sangue. Ademais, essas campanhas devem ser divulgadas na mídia em horário nobre para alcançar o maior número de pessoas e, por conseguinte, reduzir o número de pessoas que acreditam nesses estereótipos. Dessa maneira, as famílias que perdem seus entes queridos por falta de sangue e, principalmente, os que sofrem esse preconceito não têm seus “pêndulos” tendendo à dor.