Enviada em: 19/10/2018

De acordo com a Constituição Federal, lei máxima que rege o país, a isonomia perante as diferentes orientações sexuais é garantida por direito. Apesar disso, ao doar sangue, o preconceito ainda vivenciado pelos homossexuais é evidenciado. Para entender essa problemática, é necessário analisar dois fatores, sendo eles: a herança sociocultural e a ausência do governo.     Em primeira instância, um dos fatores que colaboram dificultando a doação é a permanência da visão errônea que se tem diante ao grupo. Segundo Bourdieu, filosofo francês, e sua teoria do Habitus, quando um pensamento é imposto à sociedade, esta o acolhe e o mantêm. Desta forma, a ideia propagada no século XVI de que a homossexualidade está relacionada à promiscuidade ainda vigora. Como consequência, esse pensamento é usado como motivador do preconceito durante a coleta de sangue.       Atrelado a isso, a omissão do governo dificulta o processo de enfrentar esse preconceito. Durante o surto de HIV dos anos 90, os homossexuais foram dados como um grupo de risco e foram adotadas medidas para evitar a propagação da doença proibindo-os de doar sangue. Apesar dos avanços na medicina que hoje, não utilizam mais dessa medida, o regulamento brasileiro ainda permanece com ela. Dado esse fato, a falta de ação governamental corrobora para a demora e a escassez nos bancos de sangue.       Evidencia-se, diante do exposto, a necessidade real de ações governamentais com o intuito de garantir a verdadeira isonomia. O Governo deve mudar o regulamento técnico, criando uma emenda que garanta o direito à doação a pessoas que estejam em relações estáveis (a mais de um ano) indiferente a orientação sexual. Paralelamente, as vias midiáticas devem informar sobre as mudanças em propagandas exibidas em horário nobre. Assim, essa situação seria, enfim, atenuada.