Na obra O Mito da Caverna, Platão mostra que a teoria do conhecimento, educação e senso crítico é fundamental para a construção do estado ideal. Entretanto, hodiernamente, quando se observa o preconceito que os homossexuais enfrentam na sanguínea, constata-se que o raciocínio do filósofo grego não se encontra presente na sociedade brasileira, seja pela legislação brasileira, seja pelo preconceito da sociedade. A Constituição cidadã de 1988 explana que o estado deve construir uma sociedade livre, justa e solidária. No entanto, leis como o artigo 64 da Portaria 158 - proíbe os homossexuais de fazerem doações sanguíneas, impede que esse direito constitucional seja aplicado na prática. Logo, evidencia-se a necessidade de promover melhorias no sistema legislativo do país. Ademais, destaca-se o preconceito da sociedade como impulsionador do problema. Segundo Michael de Montaigne, a mais honrosa das ocupações é servir o público e as pessoas. Seguindo o pensamento do filósofo, constata-se que a atuação produtiva à sociedade encontra-se distante do país, uma vez que a discriminação enfrentada pelos homossexuais na doação de sangue é reflexo da valorização do preconceito heterossexualista - considera a heterossexualidade como um padrão sexual natural e normal, presente tanto nas religiões, quanto em países como o Irã e a Arábia Saudita. Assim, uma mudança nos valores da sociedade seria essencial superar a intolerância sofrida pelas pessoas gays na doação sanguínea. Torna-se evidente, portanto, que la discriminação enfrentada pelas pessoas gays na doação sanguínea é fruto ainda da legislação brasileira em conjunto com o preconceito da sociedade. Sendo assim, o Poder Legislativo deve criar um projeto de lei na qual os homossexuais são retirados do grupo de risco - uma vez que esta lei serviria tanto para a diminuição do preconceito da sociedade, quanto para que a doação de sangue realizada pelos homossexuais seja legalizada. Dessa forma, o Brasil se tornará um estado ideal, conforme dito por Platão.