Enviada em: 30/08/2018

É indiscutível que doar sangue é uma atitude altruísta que ajuda e salva muitas pessoas. Nesse contexto, é evidente que dificultar os homossexuais a doar sangue é impedi-los de socorrer milhões de vidas, visto que, o Brasil desperdiça 18 milhões de litros de sangue ao ano, de acordo com o site SuperInteressante, devido a questões legislativas e sociais.       São perdidas muitas coletas de sangue por causa de uma regra destinada a certo grupo de pessoas, devido à escolha sexual delas. Conforme Thomas Hobbes: “A constitucionalidade é responsável pela convivência pacifica e igualdade social entre homens”. Nesse viés, a lei que proíbe homens gays a doar sangue se num prazo de doze meses eles tiveram relações sexuais é desigual, já que, tanto os homossexuais como os heterossexuais estão expostos às doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).       Devido a uma herança histórica, epidemia de HIV na década de 80 espalhada entre homossexuais, criou-se um preconceito, nos dias hodiernos, que afeta a doação de sangue por essas pessoas. Muitos postos de coleta de sangue ao saber que o doador é homossexual, não recolhem o sangue dele por relacioná-lo a alguém que possivelmente tem alguma doença em seu sangue. Dessa forma, ao restringir esses indivíduos sem nem testar o sangue deles é partir do pressuposto que o sangue deles é doente.       Tendo em vista os aspectos observados é necessário medidas afirmativas que extinguem os problemas enfrentados na doação de sangue por homossexuais. Para isso, o Poder Legislativo junto com o Ministério da Saúde deve eliminar a lei supracitada e melhorar, por meio de verbas aos postos de coleta de sangue, a detecção de doenças no sangue, afim de que ao proibir alguém de ser doador seja através de métodos científicos e não por meio da escolha sexual da pessoa. Ademais, o Ministério da Educação pode, por intermédio de campanhas nas escolas e na mídia, combaterem o preconceito que afeta os homossexuais, através do ensino de que qualquer pessoa pode adquirir DSTs. Por fim, o Poder Judiciário deve fiscalizar e punir se os responsáveis que recolhe o sangue não estão impedindo os doadores por causa da sua sexualidade. Desse modo, todas as pessoas poderão ajudar a salvar muitas vidas.