Enviada em: 02/10/2018

Nos anos 80,quando a AIDS se alastrou,a maioria dos infectados eram homossexuais ou usuários de drogas injetáveis,esse cenário somado a inexistência de tecnologias nos testes sanguíneos davam sentido a restrição de doações de sangue feitas por homossexuais.No entanto,hoje essa restrição é considerada homofóbica.   Conforme a Constituição Brasileira,todos são iguais perante a lei,sem distinção de qualquer natureza,entretanto,nos hemocentros essa realidade é outra.De acordo com o Ministério da Saúde, homens que tiveram relações sexuais com homens não podem ser doadores por um prazo de 12 meses,mesmo que tenham feito sexo seguro ou ainda que possuam parceiros fixos,o que não ocorre a héteros sexuais também potencialmente expostos aos vírus por meio do sexo anal.Portanto,em meio a uma sociedade detentora de tecnologias capazes de detectar doenças infecciosas de maneira eficaz,essa atitude possui caráter descriminatório.    A posteriori,cabe salientar que o preconceito contra homoafetivos na doação de sangue é responsável pela perda de milhões de litros de sangue.Consoante a Organização Mundial da Saúde,apenas 1,8% da população é doadora,enquanto que o ideal seria uma taxa entre 3% e 5%,contudo,de acordo com a revista ''Super Interessante'',18,9 milhões de litros de sangue são perdidos anualmente em razão das restrições a gays nos hemocentros.    Em síntese,diante da problemática abordada,é crucial que o Ministério da Saúde passe a considerar condutas de risco,invés de grupos de risco,além de investir em testes modernos já existentes e na fiscalização dos hemocentros,a fim de garantir que nenhum doador será rejeitado antes de ser submetido aos testes,e dessa maneira,evitar que medidas preconceituosas sejam tomadas e que haja uma consequente perda de doações.