Enviada em: 10/10/2018

Durante a Segunda Guerra Mundial, o regime nazista condenou à morte milhares de homossexuais, tendo em vista que eram considerados uma "mácula" à raça ariana, promovendo, desde então, exclusão social para com esse grupo. Contudo, apesar de datar de décadas atrás, esse acontecimento ainda se reflete nos dias atuais: o preconceito enfrentado pelos homossexuais - especialmente homens - na doação de sangue é bastante recorrente no Brasil. Em vista disso, cabe avaliar os fatores que favorecem esse quadro.    A princípio, a ignorância da sociedade civil é um desafio para que homens homossexuais possam doar sangue. Isso porque muitos associam a imagem desses indivíduos à pessoas mais propensas a terem Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). Esse estereótipo, consoante ao pensamento de Voltáire de que "preconceito é opinião sem conhecimento", é um equívoco, haja vista que pessoas homoafetivas e héteros possuem a mesma chance de adquirirem DSTs ao longo da vida. Todavia, é inadmissível que os homossexuais sejam excluídos socialmente dessa forma em pleno século XXI.   Além disso, o Estado falha na questão técnica da doação de sangue por homossexuais. Ainda que a legislação brasileira não restrinja a doação por parte de pessoas homoafetivas, esses cidadãos encontram muita burocracia para realizar esse ato humanitário. Pois, eles são frequentemente barrados com a justificativa de que "homens que tiveram relações sexuais com outro homem" não podem doar sangue. Essa questão deveria ter mais visibilidade por parte do governo, o qual deve intervir nos centros de doações e impedir que esse preconceito continue a existir.   Sendo assim, é necessário que o Ministério da Saúde promova uma maior fiscalização nos hemocentros públicos e privados do país, mudando a regulamentação que proíbe a doação por homossexuais. Também é importante que tal órgão invista no aprimoramento das técnicas de doação de sangue, a fim de que as DSTs sejam identificadas em menor tempo. Ademais, a Escola deve realizar palestras entre alunos e especialistas, com distribuição de cartilhas informativas, vídeos e atividades elucidativas sobre o tema da doação de sangue, dando ênfase às dificuldades econtradas pelos homossexuais. A finalidade de tal medida deve ser a desconstrução de preconceitos e o estímulo à doação por todos.