Enviada em: 16/03/2019

Ao longo do processo de formação do Estado brasileiro, a homofobia consolidou-se e permaneceu forte, resultando em uma prática extremamente retrógrada para a sociedade. Diante de tal premissa, torna-se irrefutável a negação de que esse preconceito prejudique as ações sociais, como, as doações de sangue, considerando-se que existem inúmeras adversidades para que tal prática aconteça. Com isso, surge uma problemática que persiste intrinsecamente ligada à realidade social, seja pela inadequação das leis, seja pela lenta mudança de mentalidade social.    Primeiramente, é importante ressaltar que não há, de fato, uma lei que proíba homossexuais de doarem sangue, contudo, na prática não é o que acontece. Nesse sentido, diversos candidatos com alto potencial para doação são barrados e impedidos de executarem a ação por manterem relações sexuais com outros homens. Dessa maneira, nota-se que o preconceito encontra-se profundamente enraizado na sociedade brasileira, haja vista que a ideia de que os gays teriam maiores chances de possuírem doenças contagiosas advém da epidemia de AIDS, ocorrida na década de 80, nos Estados Unidos, em que a doença foi ampliadamente difundida entre homens. Nesse contexto, evidencia-se que a igualdade garantida na carta magna, em alguns casos, fica só na teoria.    É eminente que a questão da homofobia tem, por trás, uma ideologia que dialoga com estereótipos e ataca grupos minóricos, em que  os preconceitos são compartilhados e solidificados na sociedade contemporânea. Nessa perspectiva, entende-se o motivo pelo qual gays são excluídos do processo de doação de sangue, comprovando o atraso mental da população brasileira, no qual o simples fato de manter relações homo afetivas é critério primordial para a seleção de pessoas que poderiam salvar vidas.    Entende-se, portanto, que os obstáculos enfrentados pelos homossexuais na doação de sangue é fruto da fraca eficácia das leis e da permanência do preconceito na sociedade. A fim de atenuar a problemática, o Governo Federal deve extinguir a cláusula de manter relações homo afetivas como critério para doação, além de ampliar e melhorar os exames para detectamento de possíveis doenças. A mídia, deve aplicar campanhas de abrangência nacional como forma de estímulo ao fim do preconceito e quebra de tabus solidificados na sociedade. Dessa forma, gradativamente, os homossexuais não terão mais problemas com discriminação no processo de doação de sangue e responderão com igualdade.