Enviada em: 31/03/2019

Por muitos anos, o vírus da imunodeficiência adquirida (HIV) era visto socialmente como uma epidemia cuja origem estava associada aos homossexuais, a qual provocou imediato impedimento na doação de sangue dos indivíduos que pertenciam a este grupo de riscos. Nessa perspectiva, o despreparo dos profissionais de saúde e a negligência do governo, ocasionam consequências deletérias a comunidade LGBT. Logo, com o escapo de atenuar tais infortúnios, medidas institucionais são essenciais.       Efetivamente, a má postura de profissionais na área da saúde diante do procedimento de entrevista com pessoas homossexuais ao doar sangue demonstra o despreparo na formação ética e moral destes. Esse fato se dá pela deficiência acadêmica desses membros em lidar com o novo panorama de diversidade sexual na sociedade, acentuando-se ainda pela resistência de uma cultura preconceituosa que julga, erroneamente, indivíduos LGBTS de apresentarem sangue “ruim”. Nesse sentido, o filósofo Sócrates, ao afirmar que “O erro é consequência da ignorância humana”, corrobora a posição errônea do homem em insistir no julgamento sem razões, por não buscar desenvolvimento racional. Assim, a instituição de ensino deve agir no enfrentamento a esse viés.        Outrossim, mesmo diante da ausência de leis que proíbam a doação de sangue por parte dos homossexuais, na prática, não é levado em consideração. Isso ocorre devido os poucos esforços do Estado em buscar solucionar esse entrave, mostrando-se insuficiente sua atuação em garantir igualdade social, fomentando uma exclusão dessas minorias na sociedade, ao serem tratados como cidadãos de segunda classe. Á título de ilustração, segundo o G1, anualmente, o Brasil desperdiça cerca de 18 milhões em litros de sangue, mesmo diante do baixo abastecimento em postos de saúde, por crerem na contaminação do sangue em homens que tiveram relações com um parceiro do mesmo sexo.        Dessa forma, o Estado deve intervir nessa mácula social. Destarte, com o intuito de minimizar a exclusão dos homossexuais do sistema de doação, as Universidades, devem promover a incorporação na ementa acadêmica de temas que abordem a importância da ética na saúde, por meio de debates em sala, durante as aulas de relações sociais com enfoque nas diversidades e busca pelo respeito, a fim de fomentar um senso crítico na parcela da população passiva à essa problemática. Ademais, o Estado, deve assegurar, de maneira uniforme, o direito de doação sanguínea de todos indivíduos, sob medida de controle a verificação com exames da qualidade deste tipo sanguíneo. Dessa maneira, uma sociedade de homossexuais inclusos e livres de julgamentos será formada.