Enviada em: 17/04/2019

Na obra dramática de William Shakespeare, o personagem Hamlet vive um dilema: “Ser ou não ser eis a questão”. Da mesma forma, quando se observa o preconceito enfrentando por homossexuais na doação de sangue, hodiernamente, verifica-se que a tal dúvida também persiste entre eles na prática, seja pelo caráter excludente, seja pelo aspecto discriminatório intrínseco na sociedade.    É indubitável que o caráter excludente esteja entre as principais causas do preconceito enfrentado pelos homossexuais na doação sanguínea. De acordo com Rousseau, a sociedade civil nasceu por intermédio de um contrato social, segundo o qual os homens têm direitos iguais. Sendo assim o julgamento pautado na ideia de que os LGBTq são todos contratores de doenças como HIV, e, portanto, não estão aptos a doação de sangue, rompe totalmente com o acordo social citado pelo filosofo.    Da mesma forma, evidencia-se o aspecto discriminatório como também impulsionador da barreira que impede a doação de sangue de homossexuais. Segundo Voltaire, preconceito é opinião sem conhecimento. De maneira análoga, é possível perceber que o aspecto intolerante da sociedade, de diversas formas pode impedir que os homossexuais venham a ter o direito a doação sanguínea. Efeito esse que deve ser evitado com a atuação de campanhas de conscientização.    É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à igualdade. Para que isso seja revertido o Ministério da Saúde deve proibir e coibir qualquer caráter excludente na doação de sangue, com o objetivo de ampliar o leque desse ato, garantindo assim o respeito aos homossexuais. Além disso, o Ministério dos direitos humanos, pode criar campanhas de conscientização, por intermédio da mídia, com a participação de líderes do movimento LGBTq, a fim de acabar com o preconceito principalmente na doação de sanguínea. A partir dessas ações, espera-se que o corpo social não promova mais dilemas iguais a do personagem Hamlet.