Enviada em: 08/07/2019

No Brasil, todas as bolsas de sangue coletadas no sistema de doação são descartadas por serem consideradas de alto risco biológico de contaminação. Erroneamente classificada como segura, a prática de descarte do material sanguíneo de homossexuais é não apenas um desperdício e desrespeito, como também é reflexo de uma cultura homofóbica em constante crescimento.       De acordo com pesquisas sociais realizadas no período de eleição do atual presidente, homossexuais, travestis e transsexuais sofrem atos violentos 7 vezes mais frequentemente quando comparados à população heterossexual. Os tornando, desta forma, uma população vulnerável, e muitas vezes marginalizada pela construção de ideais homofóbicos totalitários, derivados da ditadura de 1964, que caçou e censurou a expressão dos grupos LGBT+.       Diante o cenário da Saúde pública Brasileira, em cotidiano já se é clichê mencionar a falta de recursos que os profissionais enfrentam para atender a população. Isto se dá pela má gestão de pessoal e material dentro do SUS, visto que não falta dinheiro quando mais de 10% do PIB nacional é direcionado à estruturação de hospitais e clínicas de acordo com o ministério da Saúde, em 2018. Desta maneira, a prática da coleta de material sanguíneo para imediatamente ser descartado vira desperdício de dinheiro da população, e desrespeito com o esforço do indivíduo.       Logo, torna-se explícita a problemática de construção cultural intolerante, que permeia e impacta negativamente a assistência nacional à Saúde e sua economia. Tornando imprescindível a prática de desconstrução da homofobia a nível nacional por meio de veículos  da mídia governamentais no intuito de promover o controle da violência contra os grupos marginalizados no Brasil plural. Sejam eles negros, LGBT+, indígenas ou estrangeiros.