Enviada em: 18/07/2019

A transfusão de sangue, realizada com sucesso em humanos no século XIX,têm sido,desde então,fundamental para salvar vidas em diversos casos.Para manter os bancos de sangue de um país,a ONU recomenda que entre 3% e 5% da população seja doadora ativa de sangue.Contudo,regras impostas que impossibilitam a doação de homossexuais ocasionam uma escassez crítica no banco de sangue brasileiro.Partindo disso,deve-se avaliar como a herança cultural e o descaso governamental ocasionam a problemática.       As obstaculização da doação de sangue de homens homossexuais, já que as regras são explicitamente voltadas ao sexo masculino, são baseadas em ideais acrônicos. a AIDS teve sua epidemia mundial na década de 80 e por grande parte dos casos serem advindos de homoafetivos, essa doença foi atribuída por portais midiáticos famosos, como o New York Times, como a GRID (imunodeficiência relacionada aos gays) e, pela falta de informações suficientes e o medo dessa doença, regras severas foram impostas às doações advindas do grupo. Contudo, o avanço tecnológico tornou possível o aprofundamento sobre o HIV, entendendo-se que não se trata da orientação sexual, mas da educação sexual, já que, dado relatado pela ONU, o maior crescimento dessa doença na atualidade é nas mulheres heterossexuais, que se preocupam mais com métodos contraceptivos do que de segurança contra doenças sexuais. A manutenção dessas regras que ignoram a ciência tornou-se evidentemente sobre preconceito e não sobre segurança.        Conforme um governo ignora a necessidade da revisão dessas regras e mantém o preconceito,fica óbvio o descaso. Ao negação da dignidade da pessoa ao proibir a doação de sangue de homossexuais apresenta, também, prejuízo prático. Pesquisas realizadas pela universidade de Brasília mostram que, ao obstaculizar esse ato de altruísmo, cerca de 19 milhões de litros de sangue para a bolsa de sangue do país são automaticamente negados também. Apenas um doador pode salvar cerca de quatro vidas, pois cada doação é dividida em quatro recipientes e estatisticamente direcionada à quatro receptores, e mesmo em um país com escassez de bolsas, o tema é ignorado pelo governo brasileiro.       Entende-se, então, que as regras previstas merecem discussão. O ministério da saúde deve trabalhar com profissionais da área na implementação de regras que, efetivamente, garantam a dignidade e segurança das pessoas, tanto dos que requisitam o sangue quanto dos que doam. Também, cabe à sociedade, atrelada a ação da mídia, lutar pelos direitos do grupo, pela educação sexual adequada e tentar vencer o preconceito. Dessa forma, a bolsa de sangue brasileira será suprida e os direitos do grupo homossexual garantido.