Enviada em: 21/07/2019

"O preconceito desfaz-se, basta reflexão" disse Machado de Assis ao rebater as inquirições acerca do preconceito e analisar que o medo, bem como a manutenção dos esteriótipos, apresentam um vultuoso peso na discriminação. Dessa forma, ao reforçar o ódio e legitimar um padrão de homem, adquiri-se a inclinação em aceitar certas preconcepções que não encontram correspondência na realidade. Com isso, pode-se ponderar sobre os preconceitos enfrentados pelos homossexuais na doação de sangue e na consequência direta para a sociedade dependente de doações ininterruptas.          Por conseguinte, segundo a revista Super Interessante o Brasil desperdiça 18 milhões de litros de sangue ao ano por preconceito, sendo que em 2014 apenas 1,8% da população doou sangue e ainda de acordo com dados fornecidos pela ONU [Organização das Nações Unidas] o ideal seria de 3 a 5% da população doar sangue. De acordo com o IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], há 101 milhões de homens no Brasil, do qual 10,5 milhões são homo ou bissexuais. Conforme o Ministério da Saúde, as restrições são colocados por razões científicas e pelo índice de doenças sexualmente transmissíveis nessa categoria de indivíduos.       No entanto, ainda segundo a revista Super Interessante, a incidência da AIDS se manteve constante durante dez anos, apresenta-se uma média de 20,5 pessoas infectadas num total de 100 mil, com a maior contagem de casos concentrados no sul do país. Em relação ao gênero, houve queda na porcentagem de mulheres infectadas em 18,9%, enquanto que a de homens subiu cerca de 10,8%. Visto isso, percebe-se que na reportagem há um dado pertinente: da porcentagem de homens infectados, somente 10,5% são homossexuais o que, conforme os dados, invalidaria o argumento mais utilizado pela OMS que, pauta-se em investigação científica de muitos casos de homossexuais portadores da AIDS.          Portanto, de acordo com as informações apresentadas, medidas são necessárias para desenraizar o preconceito em relação a doação de sangue por indivíduos homossexuais. Por isso, a OMS [Organização Mundial da Saúde] deve informar, de maneira correta, as referências científicas baseadas em pesquisas e experimentação que isentam a preocupação de doar sangue sendo homossexual, visto que a maioria das pessoas portadoras de AIDS não são homossexuais. O Ministério da Saúde em conjunto com a grande mídia precisa contribuir para disseminação de argumentos válidos apoiados em premissas verdadeiras acerca do tema.