Enviada em: 16/03/2019

Desde 3.500 a.C., na Mesopotâmia, onde surgiu a escrita, nota-se a importância da cultura para compreender a história e para a identificação da identidade cultural de um povo. Contudo, um país tão miscigenado e rico culturalmente como o Brasil, não dá a devida relevância à preservação destes patrimônios, o qual os negligencia a todo instante e, diante desse contexto, cabe avaliar os fatores que favorecem esse quadro.    Em princípio, verifica-se esse descaso por parte do Estado, mediante ao escasso investimento destinado à cultura, o qual, de acordo com a Câmara dos Deputados, corresponde a cerca de 4% do PIB brasileiro, enquanto, só o salário dos parlamentares, custa ao país 1 bilhão de reais por ano, o que solidifica ainda mais a problemática exposta, obtendo assim, consequências irreparáveis provenientes dessa negligência, como as perdas no incêndio do Museu Nacional do Brasil em 2018.    Além disso, cabe salientar o desinteresse da população como impulsionadora do problema, uma vez que, ela é a maior arma para defender a preservação do patrimônio histórico cultural brasileiro. Segundo o poeta britânico Alexander Pope, um pouco de cultura é uma coisa perigosa e, diante dos fatos mencionados, infere-se a conveniência da falta de conhecimento do povo sobre a importância dessa temática, pois, com ciência disso, esses teriam seu senso crítico relevantemente apurado, o que não agrada as camadas sociais de poder.    Compreende-se, portanto, que medidas são necessárias para resolver esse impasse, nas quais o Estado deve priorizar mais a cultura na administração pública brasileira, por meio da redução de gastos de setores menos urgentes e seu remanejamento para os cofres do Ministério da Cultura, a fim de incentivar e preservar os patrimônios do país. Ademais, a mídia deve propagar a importância da questão supracitada, para que seja de conhecimento geral o seu valor e a persistente desatenção a isso, para que lutem em favor da mudança desse cenário.