Descaso. Essa é a palavra que melhor descreve o cenário atual brasileiro quanto à tentativa de preservar o patrimônio histórico cultural do país. Isso ocorre, infelizmente, pela falta de investimentos e de interesse na manutenção do legado do povo brasileiro, tanto por parte do governo quanto pela população. Por isso é imprescindível adotar medidas para mudar esse panorama. Em primeiro lugar, deve-se considerar a existência de diferentes motivos que explicam essa situação. Pode-se pensar, por exemplo, no desconhecimento da população sobre quais são os patrimônios brasileiros. Isso é efeito da falta de estímulo do governo em fazer com que o brasileiro conheça os seus antepassados pois, mesmo que seja uma história travestida de conto de fadas em alguns momentos, saber história incita o pensamento crítico à cerca do quanto o passado influencia nas questões políticas, econômicas e sociais do presente. Ademais, a perda de noção sobre o pertencimento do brasileiro, conhecido também como complexo de vira-lata, termo criado pelo escritor Nelson Rodrigues, revela que o brasileiro não se vê nas representações dos patrimônios, pois não se acha digno de tal, visto que muitas vezes estes não retratam a realidade da maior parcela da população: pobreza, racismo e violência. Em segundo lugar, pode-se constatar as consequências dessa questão. Uma delas se relaciona com o incêndio do Museu Nacional Brasileiro em 2018 comparado ao incêndio da biblioteca de Alexandria na Roma Antiga, devido a preciosidade de alguns itens perdidos. Isso é fruto do abandono do governo, que não investiu adequadamente nas reformas necessárias no mais antigo museu deste tipo no brasil. Outra preocupante consequência é a difamação da própria cultura pelos líderes de Estado, que foi o que ocorreu no carnaval de 2019, quando o presidente Jair Bolsonaro postou um vídeo pornográfico em seu twitter numa intenção esdrúxula de depreciar a maior festa popular do brasil. Além de vergonhoso, esse ato é preocupante, pois o carnaval é, provavelmente, o único patrimônio que a maioria dos brasileiros conhece de fato, logo retratá-lo de forma obscena não é o ideal. Por isso, é necessário que o povo tenha mais conhecimento a respeito dos patrimônios brasileiros para poder reclama seus direitos. Para isto, é preciso que as escolas estimulem os alunos a entender a história e a importância do tombamento de patrimônios. Além disso, seria interessante as escolas buscarem liberação de verbas com o governo ou parceria com ONGS para realizar excursões à centros históricos na região, se possível. Assim, serão formados adultos instruídos que cobrarão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) atitudes realmente significativas que garantam que a herança do brasil seja preservada e passada para as futuras gerações.