Enviada em: 22/03/2019

No célebre poema "Canção do Exílio", o autor Gonçalves Dias revela em seu texto uma valorização das características nacionais. Atualmente, essa estima não existe mais. Nesse sentido, não há dúvidas de que a falta de preservação do patrimônio histórico cultural é um grande empecilho no Brasil, o qual ocorre devido não ao descaso estatal, mas também ao desprezo da sociedade. Diante dessa perspectiva, cabe discutir esses fatores.       A princípio, convém ressaltar que a carência de conservação do patrimônio histórico é fruto da negligência do Estado. Isso porque, a Constituição Federal de 1988 garante a proteção da cultura brasileira, todavia, isso não se configura na realidade, uma vez que os investimentos são distribuídos inadequadamente. Consoante Aristóteles, a política só serve para gerar felicidade aos cidadãos. Desse modo, percebe-se infelizmente, que esse conceito encontra-se deturpado no Brasil.     Outrossim, o desprezo da sociedade é um agravante dessa problemática, haja vista que boa parte da população não valoriza e também destrói monumentos históricos, por meio de vandalismo. Tal fato pode ser explicado sob a perspectiva do sociólogo Zygmunt Bauman, em que na "modernidade líquida" as pessoas estão cada vez mais insensíveis. Destarte, é fundamental que ocorra uma mudança de pensamento da comunidade.       Urge, portanto, que os ativistas sociais criem mutirões nos Ministérios Públicos, por meio de manifestações, os quais pressionem os governantes, com fito de incentivá-los a investir mais na conservação da cultura. Ademais, é imprescindível que a mídia crie uma campanha educativa, por intermédio de propagandas que elucidem a população no que tange a valorização dos monumentos, a fim de desfazer o desprezo da sociedade. Dessa forma, o Brasil irá superar o grande empecilho da falta de preservação do patrimônio histórico cultural e garantir, assim, o enaltecimento da nação, como feito por Gonçalves Dias.