Enviada em: 28/03/2019

Negligência: a rival da preservação                                                          São considerados patrimônios históricos culturais os acervos de natureza material ou natural que se relacionam com a memória e identidade do local no qual os bens estão inseridos. Analisando a importância de tais bens no cenário brasileiro, observa-se uma enorme negligência em relação a sua preservação. Desse modo, o elo formado entre a população e sua cultura vai sendo rompido, gerando uma sociedade que minimamente compreende suas raízes históricas e sua identidade cultural.    O desinteresse tem início na não existência de uma regularidade da preservação do acervo. O tombamento de um patrimônio não garante a conservação deste, como demonstram os episódios incendiários que levaram às cinzas o Museu da Língua Portuguesa, o Museu Nacional, entre outros. Juntamente de milhares de peças e documentos, feixes da memória da nação foram consumidos pelas chamas.    Não somente ao governo cabe o descaso, mas também à população, que não se interessa pelo patrimônio histórico cultural brasileiro. Este é constantemente atacado pelo "complexo de vira-lata", que é pulverizado na sociedade em questão. Assim, há uma supervalorização da cultura e história estrangeiros e a desvalorização dos mesmos em âmbito nacional: um brasileiro se encanta com com todo e qualquer edifício histórico de um país europeu e pouco se injuria com a decadência dos museus nacionais.    Dese modo, é explícita a necessidade de mudanças. Cabe ao governo a desvinculação do Ministério da Cultura (MinC) ao Ministério da Educação por meio da reabertura do órgão, uma vez que a independência do MinC tornaria possível a realização de projetos integralmente centrados na preservação do patrimônio histórico cultural do país. Somente assim os acervos seriam realmente protegidos e valorizados, já que a dissociação do ministério significa maior preocupação para com os bens que compõem o patrimônio.