Enviada em: 23/04/2019

Em setembro de 2018, ocorreu um incêndio no Museu Nacional, situado no Rio de Janeiro, onde estavam peças de grande relevância para a compreensão da história e como ela influencia a atualidade brasileira. Antes disso, em 2015, o Museu da Língua Portuguesa também foi vítima do fogo, o que erradicou várias obras importantes para o país. Assim, fica perceptível que não há preservação plena do patrimônio histórico-cultural do Brasil, o que é preocupante, pois é através dele que se sabe como os antepassados viviam e é o único meio de saber como o futuro deve ser construído. Nesse sentido, essa desvalorização ocorre por falta de investimento estatal para resguardar a cultura  e da falta de atenção que a sociedade tem dado para os elementos históricos brasileiros.     Decerto, a Administração Pública é uma das principais responsáveis pela desvalorização do patrimônio cultural latino-americano. Isso se deve ao fato de que, de acordo com o Artigo 216 da Constituição Federal de 1988, é de responsabilidade do Estado preservar os bens tanto materiais- como museus e lugares tombados- quanto imateriais- por exemplo a forma como as baianas preparam o acarajé. Todavia, visto que há a redução de verbas públicas para o financiamento da cultura, como ocorreu no Museu Nacional, que em 2017 teve sua renda restringida em quase 50%, o Poder não cumpre sua função de modo eficiente, o que deve começar a fazer, uma vez que caso o patrimônio histórico-cultural for devastado, não haverá formas do passado manifestar-se para a população.     Entretanto, a própria comunidade também é culpada pela desvalorização dos bens de valor antiquado no país. Essa questão pode ser confirmada pelo fato de que os brasileiros não costumam, muitas vezes, visitar museus e a maioria da população nem se quer sabe o que é ou não considerado como patrimônio do Brasil. No entanto, quando visitam outras nações, vão conhecer justamente os sinônimos de história desses locais. Isso é chamado, pelo sociólogo Nelson Rodrigues, de '' Complexo de Vira-Lata'', isto é, apego aos espaços estrangeiros e repúdio aos elementos nacionais, o que é lamentável, pois alguém que não conhece seu próprio passado não conseguem fazer escolhas sábias no futuro, como afirmou o historiador Boris Fausto.     Diante do exposto, a Receita Federal deve destinar mais verbas ao Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, ao qual cabe a esse órgão investir na preservação e divulgação dos espaços brasileiros. Isso deve ser feito por meio do melhoramento da infraestrutura dos locais tombados e museus, como a pintura e manutenção dos materiais das obras e através da difusão nas redes sociais dos patrimônios,com a contratação de influenciadoras de digitais que dialoguem com os jovens. Dessa maneira, haverá a devida valorização do passado brasileiro e a comunidade saberá construir o futuro.