Enviada em: 10/07/2019

Pode-se caracterizar as obras “Casa Grande Senzala”, de Gilberto Freyre, e “Raízes do Brasil”, de Sérgio Buarque de Holanda, como grandes responsáveis pelo nascimento do sentimento de “brasilidade” e do pertencer e valorizar a cultura do Brasil, por despertar o reconhecimento do patrimônio brasileiro. Apesar da ideia já delineada, atualmente é perceptível o desandar da valoração do patrimônio histórico cultural nacional, a globalização e o pouco empenho dos órgãos públicos são representativos causadores desse fator.       É sabido que a cultura dos países hegemônicos toma um espaço cada vez maior no dia-a-dia dos países periféricos, que perdem, progressivamente, campo afetivo na memória de seu povo. A globalização, principal propulsora do processo de aculturação, apesar de benéfica em variados pontos, acaba por provocar a fusão é introdução de tantos elementos estrangeiros no existir dos países que ocorre uma espécie de “abafamento” da cultura nativa e, em decorrência, o esquecimento da mesma. Sobre isso é interessante pontuar um pensamento de Franz Boas, antropólogo do século XIX, que defendia que cada cultura é uma unidade integrada, fruto de um desenvolvimento histórico peculiar e por isso a aculturação é responsável pela destruição de culturas vistas como “originais”.        No Brasil, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) é o órgão público responsável por proteger e promover os bens culturais do país que, como exemplos apontam, estão sofrendo grandes prejuízos atualmente. De acordo com o site “Medium”, foram oito os prédios que possuíam bens históricos destruídos por incêndios e cinco museus que tiveram de fechar as portas por problemas na estrutura e risco de acidentes apenas na última década. Diante disso é possível concluir que o grande motivo da perda do patrimônio brasileiro se dá por negligência e descaso com a manutenção e proteção das obras e prédios históricos.        Em virtude dos fatos mencionados, pode-se analisar que o Brasil carece no cuidado e valoração de seu patrimônio e cultura, portanto precisa-se reivindicar mudanças. Que estas venham através de incentivo ao consumo de entretenimento e história brasileira por meio de palestras, de intervenções artísticas nos meios urbanos, escolares e acadêmicos, na maior veiculação midiática sobre artistas locais e maior valoração da história do Brasil, por maior cobrança aos responsáveis pela preservação do patrimônio e do cumprimento, por parte deles, de seus deveres, a partir da realização de petições, protestos e maior vigilância.